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Helicóptero da ONU despenha-se na Somália e passageiros estão presumivelmente reféns

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A ONU anunciou hoje que um dos seus helicópteros se "despenhou ao aterrar" na Somália e que os passageiros poderão ter sido feitos reféns pelos radicais islâmicos do movimento Al-Shebab.

O helicóptero, com nove passageiros e a tripulação a bordo, "despenhou-se ao aterrar" a cerca de 70 quilómetros a sudeste de Dhusamareb, a capital do estado de Galmudug, no centro do país, de acordo com um memorando interno da ONU, a que a AFP teve acesso.

O incidente ocorreu em território que se crê estar sob o controlo do Al-Shebab e seis passageiros poderão ter sido feitos reféns pelos combatentes extremistas, "embora tal não possa ser verificado de forma independente", destaca-se na nota.

Um passageiro foi morto em circunstâncias pouco claras, enquanto dois outros conseguiram fugir para locais desconhecidos, acrescenta-se.

O memorando diz que o pessoal era subcontratado e não pessoal da ONU, mencionando uma pessoa de nacionalidade somali.

A nacionalidade das outras pessoas a bordo não foi especificada.

"Todos os voos das Nações Unidas foram temporariamente suspensos na zona até nova ordem", refere-se no texto da ONU.

A AFP pediu um comentário ao Governo somali, mas não obteve resposta.

Em Nova Iorque, questionado sobre o incidente, o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, disse que "um incidente envolvendo um helicóptero contratado pela ONU ocorreu hoje em Galmudug, na Somália".

Dujarric acrescentou que estão em curso esforços para socorrer os passageiros e tripulantes da aeronave.

"Para o bem de todos os que estão a bordo, não vamos dizer mais nada nesta fase", disse, acrescentando o empenho da organização em "resolver o problema".

De acordo com uma nota separada enviada a uma agência da ONU na Somália igualmente consultada pela AFP, "um trágico incidente envolvendo a queda de um helicóptero" ocorreu em Galmudug, mas nenhum pessoal da ONU estava a bordo.

O Al-Shebab luta há mais de 16 anos contra o Governo federal somali, apoiado pela comunidade internacional e desde 2008 que figura na lista de grupos e organizações terroristas elaborada pelos Estados Unidos.

Expulso das principais cidades em 2011-2012, o movimento continua estabelecido em vastas zonas rurais do centro e do sul do país, a partir das quais efetua regularmente ataques contra alvos de segurança, políticos e civis.

Em agosto de 2023, o Governo do Presidente Hassan Cheikh Mohamoud lançou uma vasta ofensiva, apoiada pelo exército norte-americano e pela força da União Africana presente no país (Atmis), que, depois de ter reconquistado territórios no centro da Somália, está atualmente parada.