Marroquino Omar Zniber eleito presidente do Conselho de Direitos Humanos da ONU
O embaixador de Marrocos junto do gabinete das Nações Unidas em Genebra, Omar Zniber, foi hoje eleito presidente do Conselho dos Direitos Humanos para 2024, ao superar na votação outro candidato africano, o representante permanente da África do Sul.
Num ano em que a presidência do Conselho de Direitos Humanos cabe a África -- a liderança deste órgão muda anualmente entre os 47 Estados que, também rotativamente, representam os cinco grupos regionais da ONU no mais importante órgão das Nações Unidas em matéria de direitos humanos -, a eleição teve lugar através de voto secreto, o que acontece quando o Conselho não chega a um consenso.
Esta foi apenas a segunda vez em 17 anos de história que foi necessário proceder à eleição por voto secreto já com o ano em curso, pois normalmente os blocos regionais chegam a um consenso em torno de um candidato, mas desta feita verificou-se uma invulgar divisão no bloco africano, com a candidatura da África do Sul a acusar Marrocos de cometer violações no Sahara Ocidental e não ter, por isso, credibilidade para dirigir o organismo.
Contudo, numa eleição em que bastava maioria simples para determinar o vencedor, Omar Zniber obteve 30 votos, contra 17 do candidato sul-africano, o embaixador Mxolisi Nkosi, pelo que sucede assim na presidência do Conselho dos Direitos Humanos da ONU ao checo Václav Bálek, que liderou o órgão durante o ano de 2023.
Criado em 2006 pela Assembleia Geral da ONU, o Conselho dos Direitos Humanos, que beneficia do apoio material, técnico e de secretariado do Gabinete do Alto Comissário para os Direitos Humanos, é um órgão intergovernamental do sistema das Nações Unidas composto por 47 Estados eleitos por uma maioria dos 193 Estados da Assembleia Geral das Nações Unidas, responsáveis pela promoção e proteção de todos os direitos humanos em todo o mundo.
Cada membro tem um mandato de três anos. Portugal foi membro do Conselho de Direitos Humanos entre 2014 e 2017.