Ucranianos protestam em Nova Iorque contra "silenciamento do genocídio"
Dezenas de ucranianos exigiram hoje, num protesto em frente à sede das Nações Unidas (ONU) em Nova Iorque, que o "genocídio na Ucrânia não seja silenciado" e que a Organização reconheça que Moscovo está a cometer esse crime.
O protesto foi convocado pela comunidade ucraniana em Nova Iorque na sequência das declarações da Comissão Internacional Independente de Inquérito da ONU na Ucrânia, que admitiu ainda não ter determinado de forma conclusiva que a Rússia está a cometer genocídio em solo ucraniano.
"ONU, estas imagens não te convencem?", dizia um dos cartazes erguidos por uma das manifestantes, que exibia imagens de um campo com corpos mutilados e queimados na Ucrânia.
"ONU = Inútil", "Genocídio = destruição, total ou parcial, de um grupo nacional étnico, racial ou religioso", diziam outros cartazes exibidos neste protesto, onde se ouviu por várias vezes o hino da Ucrânia e gritos de que a "Rússia é um Estados terrorista".
O presidente da comissão de inquérito da ONU, Erik Mose, disse na segunda-feira, em Kiev, que os peritos reuniram novas provas de alegados abusos russos que podem constituir crimes de guerra e contra a humanidade, sem aludir a genocídio.
Este protesto ocorre quando faltam 10 dias para o início da semana de alto nível da Assembleia-Geral da ONU, que reunirá em Nova Iorque dezenas de chefes de Estados e de Governo de todo o mundo.
Entre as figuras políticas aguardadas nessa semana em Nova Iorque estão, pela primeira vez, o chefe de Estado da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, mas também o Presidente norte-americano, Joe Biden, e o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov.
Embora o Governo ucraniano ainda não tenha confirmado oficialmente a presença de Zelensky, o calendário provisório de intervenções divulgado pela ONU aponta que a Ucrânia será representada pelo seu Presidente da República.
No ano passado, a semana de alto nível das Nações Unidas ocorreu a pouco mais de seis meses após a invasão da Ucrânia pela Rússia, pelo que Zelensky optou por não sair do seu país e discursou no debate da Assembleia-Geral através de uma mensagem de vídeo pré-gravada.