Direito de Resposta
Numa “Carta do Leitor”, publicada na edição do DN de 8 de setembro de 2023, assinada por Ana Sousa, sou explicitamente referido, de forma grosseira, através de falsidades, verbalizações ofensivas da dignidade pessoal, pondo em causa a minha honra e a idoneidade política.
Se algumas das ofensas à honra pessoal e à idoneidade política poderão ser equacionadas pela via judicial, há questões que pelo direito à verdade, na defesa da integridade moral e na afirmação de princípios éticos e políticos, que reputo de fundamentais, me sinto no dever de exercer o direito de resposta.
A Ana Sousa poderá ter dificuldade em perceber uma cultura política diferente da sua ou do partido a que pertence, terá alguma incompreensão quanto ao que seja trabalho de equipa, no que se diga respeito à cooperação e entreajuda na construção de um projeto político. A Ana Sousa conhecerá melhor os processos fraticidas, em que dentro de uma força política se esfaqueiam na luta pelo poder, em que um irmão derruba outro irmão, em que diferentes frações tentam derrubar outras, onde as fações e os golpes oportunistas são a regra. Será assim no seu partido? Será assim noutros partidos? Mas, não pode incorrer na generalização de que todos funcionam da mesma forma. As práticas autofágicas que, eventualmente, conhecerá não se aplicam da mesma forma em todo o lado, ao contrário do que as suas palavras, injustamente, afirmam.
Permita-me ainda que lhe relembre que a CDU iniciou, em 1996, na Assembleia Legislativa da Madeira, um trabalho inovador de rotatividade no Grupo Parlamentar, com Leonel Nunes, Rui Nepomuceno, Isabel Cardoso, Marco Gonçalves, Sílvia Vasconcelos e Ricardo Lume, numa dinâmica de intervenção plural e de complementaridade, que outros procuraram seguir. Este é um dado inegável, que pelos vistos incomoda muita gente.
Edgar Freitas Gomes Silva