Primeiro aniversário da morte de Isabel II marcado sem pompa
Os príncipes de Gales, William e Kate, vão visitar hoje a Catedral de São David, em Cardiff, País de Gales, para assinalar o primeiro aniversário da morte da Rainha Isabel II.
O casal real vai participar numa breve cerimónia privada que incluirá uma homenagem à avó de William, o primeiro na linha de sucessão ao trono britânico, seguindo-se um encontro com membros da comunidade local, incluindo pessoas que conheceram Isabel II.
O serviço religioso é a única cerimónia pública prevista na agenda da família real para marcar o aniversário da morte da monarca, ocorrida em 08 de setembro de 2022.
Um porta-voz da família real disse à estação pública BBC que o Rei Carlos III não estará em qualquer evento público oficial, optando por passar o dia "em silêncio e em privado".
"Ao assinalar o primeiro aniversário da morte de Sua Majestade e da minha sucessão, recordamos com grande afeto a sua longa vida, o seu serviço dedicado e tudo o que significou para tantos de nós", disse Carlos III numa mensagem divulgada em texto e em áudio.
O monarca encontra-se no Castelo de Balmoral, residência na Escócia onde passou grande parte do verão e o local onde a rainha morreu aos 96 anos após 70 de reinado.
O Governo britânico anunciou no domingo que os planos para um monumento permanente à Rainha só serão conhecidos em 2026, ano em que se celebra o 100º aniversário do seu nascimento.
As propostas para um "tributo adequado" serão avaliadas por uma comissão liderada por Robin Janvrin, ex-secretário particular de Isabel II e depois apresentadas ao Rei Carlos III e ao primeiro-ministro.
"Será um desafio único tentar capturar para as gerações futuras a extraordinária contribuição de Sua Majestade para a nossa vida nacional durante o seu longo reinado", admitiu Janvrin, que trabalhou no Palácio de Buckingham entre 1987 a 2007.
O primeiro-ministro, Rishi Sunak, enalteceu hoje o legado da Rainha.
"Com a distância de um ano, a dimensão do serviço prestado por Sua Majestade só parece maior. A devoção às nações do Reino Unido e da Commonwealth [organização que congrega Estados e territórios que integraram no passado o império colonial britânico] parece mais profunda. E a nossa gratidão por uma vida tão extraordinária de dever e dedicação continua a crescer", afirmou.
Um ano após a morte da Rainha Isabel II, a monarquia parlamentar britânica continua a ser popular, mas sem o entusiasmo do período de enamoramento registado há 12 meses, por ocasião das cerimónias fúnebres e de tributo à monarca.
Uma sondagem publicada esta semana pela empresa YouGov indica que a maioria dos britânicos (59%) considera que o Rei Carlos III está a fazer um bom trabalho, contra 17% que têm a opinião contrária.
Em geral, 62% dos britânicos querem que o Reino Unido continue como monarquia e só 26% prefeririam uma república, a qual tem mais apoio entre os jovens.
Em contrapartida, 80% das pessoas com mais de 65 anos defendem a manutenção da monarquia.
Os resultados da mesma sondagem são interpretados de forma diferente pelo movimento Republic, que destacou que a opinião negativa sobre a monarquia enquanto instituição aumentou desde a morte da Rainha, há um ano.
"Um terço das pessoas tem atualmente uma opinião muito negativa (16%) ou bastante negativa (17%) sobre a realeza. Este valor é superior aos 24% (10% e 14%, respetivamente) registados em setembro do ano passado", salientou o movimento.
A sondagem revela igualmente um aumento do apoio à abolição e uma diminuição do apoio à monarquia, acrescentou o movimento republicano, que reivindica uma duplicação do número de membros nos últimos meses.
"A monarquia está a perder rapidamente o apoio do público, é altura de o país começar a ter um debate sério sobre a alternativa democrática", argumentou o diretor do movimento, Graham Smith.