Embaixador português diz que novo Conselho Social pode apoiar luso-venezuelanos
O embaixador de Portugal na Venezuela, João Pedro Fins do Lago, disse à Lusa que o Conselho Social recentemente criado pode ajudar a fazer o levantamento das necessidades dos luso-venezuelanos e apontar possíveis soluções.
"Eu assinalo a criação do Conselho Social na Venezuela, que teve a sua primeira reunião (...) e que tem por objetivo estabelecer uma rede, por todo o país, junto da comunidade portuguesa para fazer o levantamento de necessidades e dar resposta a essas necessidades", disse na quinta-feira.
João Pedro Fins do Lago falava, em Caracas, ao finalizar uma visita de trabalho de sete dias do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, durante a qual Paulo Cafôfo contactou com portugueses, em Caracas, Maracay, Valência, Los Teques e Tejerías, e foi realizada a primeira reunião do Conselho Social.
"A comunidade está representada neste Conselho a diversos níveis e é um Conselho que já tem uma agenda de trabalhos e que já tem, portanto, tarefas para cumprir a muito curto prazo", disse o embaixador.
Segundo o diplomata, do Conselho Social saiu também "outro dado concreto, no que diz respeito às questões sociais, que foi a criação de um adido social, isto é, de um elemento que se vai, na Embaixada, dedicar exclusivamente às questões sociais".
"São questões que afligem a comunidade portuguesa, que, sendo uma comunidade grande como é, uma comunidade, aliás de muito sucesso e de integração, não desiste, em momento algum, da Venezuela, nem do seu país de origem", Portugal, disse.
No entanto, sublinhou que "essa comunidade tem nas franjas necessidades que carecem de ser atendidas" e que "houve aqui respostas concretas relativamente a isso e muito trabalho que aqui se fez e trabalho que fica para os próximos passos".
João Pedro Fins do Lago começou por referir que "a comunidade portuguesa na Venezuela é uma comunidade exigente, pela sua grande dimensão e exigente pelas necessidades que tem".
O diplomata acrescentou que a "dupla visita, em formato tão alargado e de muito trabalho durante uma semana", de Paulo Cafôfo, acompanhado pelo secretário de Estado da Segurança Social, Gabriel Bastos, e pela presidente do Instituto de Segurança Social de Portugal, Paula Salgado, "reflete precisamente a importância da comunidade portuguesa" na Venezuela.
A deslocação reflete também áreas "que são prioritárias para a comunidade portuguesa, às quais o Governo decidiu atender no terreno diretamente", como "toda a temática social", em que "há medidas concretas que saíram desta visita de auscultação e trabalho, mas que também produziu resultados".
O diplomata disse ainda que no "plano da língua e cultura portuguesas saíram daqui decisões importantes, reuniões de alto nível, com autoridades académicas da Venezuela, das mais prestigiadas, e (...) reativou-se um leitorado, portanto, um polo de propagação do ensino português na mais antiga universidade" local, a Universidade Central da Venezuela.
"Isto reflete a importância da nossa comunidade em si mesma e para além dela, em termos da língua", frisou.
João Pedro Fins do Lago recordou que no último ano letivo o ensino do português "cresceu mais de 33% na Venezuela".
"Isto faz-se tendo como universo recipiente a comunidade portuguesa, mas com uma alteração do perfil, porque neste momento já temos uma procura muito grande por parte dos venezuelanos", disse.
O diplomata acredita ainda que o "enorme sucesso" da visita da comitiva portuguesa se refletirá em "bons resultados" e em "uma agenda de trabalho com muito proveito para Portugal, para os portugueses, também para a relação bilateral entre Portugal e a Venezuela".