"Não é com anúncios e com festas que se governa", atira Chega Madeira
A candidatura do CHEGA-Madeira dedicou o seu dia de pré-campanha às zonas rurais, dividindo o seu tempo entre os concelhos de São Vicente e a Ribeira Brava.
Em São Vicente, uma comitiva do partido foi recebida pela Associação de Desenvolvimento da Costa Norte da Madeira (ADENORMA), constituída em 1994 como resposta ao envelhecimento das populações, ao êxodo dos jovens qualificados, ao abandono da agricultura e ao baixo investimento nas zonas rurais. Já na Ribeira Brava, a candidatura visitou uma exploração agrícola localizada na freguesia da Tabua, onde reuniu com agricultores locais no sentido de avaliar as actuais condições e desafios que confrontam o sector primário.
O presidente do CHEGA-Madeira e cabeça de lista do partido às eleições legislativas, Miguel Castro, explicou que as iniciativas realizadas estão enquadradas na política de proximidade que o seu partido tem vindo a desenvolver, a qual sinaliza o grande desejo da candidatura de aproximar a governação das populações, pondo um fim ao fosso que muitos sentem entre as pessoas, em geral, e aqueles que tomam as decisões.
A única política que importa e que faz sentido é aquela que é desenvolvida em prol das populações. Aliás, o que os políticos têm de perceber, acima de tudo, é que estar na política não é um posto ou uma maneira de ter acesso a privilégios, mas sim uma oportunidade para ajudar os outros, para melhorar a vida das populações e para colocar o poder político ao serviço daqueles que trabalham todos os dias, que se sacrificam, que pagam os seus impostos e que merecem uma vida com esperança e dignidade Miguel Castro, presidente do Chega-Madeira
Sobre as iniciativas desenvolvidas ao longo do dia, Miguel Castro explica que as mesmas estão directamente relacionadas com dois temas que o CHEGA considera importantes do ponto de vista político, os quais são abordados, com mais profundidade, no programa eleitoral do partido, em específico a coesão social e o sector primário.
“A ADRAMA tem a missão importante de combater o envelhecimento da população, o êxodo de quadros e o pouco investimento que tem vindo a afectar alguns dos concelhos da Região, em especial na costa norte da ilha da Madeira", afirmou, acrescentando que existiu oportunidade para falar com as pessoas que lá trabalharam. "Apesar de motivadas e determinadas a fazer a diferença, reconhecem que ainda há muito trabalho para fazer de forma a garantir que a distância geográfica das populações relativamente ao Funchal não se transforma numa barreira intransponível ao crescimento e ao bem-estar das comunidades", disse.
Já sobre a visita à exploração agrícola, Miguel Castro reforçou a ideia de que o Governo Regional não olha para o sector primário com a seriedade que o mesmo merece, o que tem criado problemas e obstáculos que seriam facilmente ultrapassados se o PSD e o CDS tivessem maior sensibilidade e competência.
“O sector primário tem sido um dos parentes pobres deste governo, que ainda não percebeu que não basta fomentar uma política de subsídios e de festas, a qual não tem resolvido os profundos problemas que o sector enfrenta. Quando é que o governo combate os preços desastrosos praticados, em especial no que toca aos produtores da banana, que estão cada vez mais pobres, apesar da GESBA estar cada vez mais rica? Quando é que o governo explica certas negociatas obscuras? Quando é que o governo combate o abandono da actividade? Quando é que o governo deixa as festas e os anúncios e os certames, e começa a olhar as pessoas nos olhos, a ouvir os agricultores e a trabalhar com seriedade? São perguntas para as quais o PSD continua a não ter resposta", finalizou.