Albuquerque assume que se demite se não ganhar as eleições
Presidente do Governo Regional concedeu uma entrevista à Renascença
Em vésperas de entrada numa nova campanha eleitoral, Miguel Albuquerque foi entrevistado pela Rádio Renascença, tecendo elogios a Luís Montenegro, mas também pressionando o líder do PSD a apresentar uma descida progressiva no IRC. Além disso, assumiu que se demite caso não consiga formar governo nas Regionais que se aproximam.
Na entrevista hoje divulgada, o líder do PSD-Madeira afasta qualquer entendimento pós-eleitoral com o Chega, uma vez que o considera um partido “anti-autonomista”. Aliás, garantiu que o eleitorado não se identifica com o Chega.
Quando questionado sobre a possibilidade de não alcançar a maioria absoluta disse: “Se não alcançar a maioria absoluta e não conseguir formar governo demito-me, não tenho nenhum problema, não vou engolir sapos, nem vou fazer coligações com partidos anti-autonomistas”.
Se não ganhar as eleições demito-me. A clareza é essencial para as pessoas perceberem. Não vou fazer entendimentos, portanto, ou votam nesta maioria e querem que se prossiga o caminho que temos seguido ou não votam nesta maioria. Se não votarem nesta maioria, vou-me embora. Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional
Miguel Albuquerque defendeu o sigilo das reuniões de Conselho de Estado e não quis tecer qualquer consideração sobre informações que tenham sido veiculadas tendo por base as mesmas.
Em relação às eleições presidenciais marcadas para 2026, questionado sobre os potenciais candidatos, Albuquerque teceu elogios tanto a Marques Mendes como a Passos Coelho. Quanto a si, não descarta a possibilidade de poder vir a candidatar-se. No entanto, garante que, caso seja novamente eleito para Presidente do Governo Regional vai cumprir o mandato até ao fim, pelo que a candidatura já em 2026 não se coloca.
Sou defensor neste momento que o PSD tem de apresentar urgentemente um pacote de descida do IRC para as empresas. Os empresários têm que reconhecer no PSD um elemento adjuvante daquilo que é essencial, que é Portugal ser atrativo do ponto de vista fiscal, devolver o dinheiro às famílias, às empresas por via fiscal. Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional
Neste momento, ‘aponta’ também as baterias social-democratas às eleições europeia, afirmando ser crucial vencê-las. “O PSD tem que ganhar estas europeias, até porque as europeias são normalmente um voto que tem menos peso do ponto de vista da conjuntura política, ou seja, é um voto que pode de facto dar um sinal para aquilo que é o futuro do partido a nível nacional e no quadro das futuras legislativas”, disse.
Por fim, tendo em conta o Orçamento do Estado para o próximo ano, assumiu que já enviou um conjunto de propostas para o Ministro das Finanças, sendo que a prioridade passa por rever a Lei da das Finanças regionais, “porque nós precisamos de ter instrumentos aqui para assegurar o nosso desenvolvimento”.