Ex-juiz Sérgio Moro critica supremo e diz que corrupção no Brasil "foi real"
O senador e ex-juiz Sérgio Moro, que condenou à prisão o atual presidente brasileiro, Lula da Silva, criticou hoje a decisão de um juiz do Supremo que anulou as provas obtidas através de acordos com a empresa Odebrecht.
"A corrupção nos Governos do PT foi real, criminosos confessaram e mais de seis mil milhões de reais [1,12 mil milhões de euros, ao cambio atual] foram recuperados para a Petrobras", escreveu o ex-juiz que liderou a chamada Operação Lava Jato.
"Lutaremos, no Senado, pelo direito à verdade, pela integridade e pela democracia. Sempre!", acrescentou Sergio Moro, que chegou a ocupar o cargo do ministro da Justiça do Governo de Jair Bolsonaro.
Lula da Sila, líder do PT e que governou o Brasil entre 2003 e 2010, passou 580 dias na prisão, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro num julgamento que foi posteriormente anulado e que se baseou em parte em provas oferecidas pela Odebrecht.
A decisão foi tomada pelo juiz José Dias Toffoli em resposta a um pedido feito pela defesa do Presidente do Brasil, que considerou que a prisão de Lula da Silva terá sido "um dos maiores erros judiciários da história do país".
Toffoli também determinou que entidades como a Procuradoria-Geral da República (PGR), o Ministério Público Federal e o Conselho Nacional de Justiça apurem a responsabilidade dos agentes públicos envolvidos na celebração do acordo de cooperação com a construtora.
Entretanto, a Advocacia-Geral da União (AGU) do Brasil já anunciou que vai analisar eventuais falhas na atuação dos procuradores e juízes que investigaram e prenderam o atual Presidente do país.
A AGU, que representa os interesses do Estado brasileiro e cujo chefe é nomeado pelo Presidente, vai criar um grupo de trabalho para investigar "desvios de agentes públicos" e promover a "reparação dos danos causados" pelo processo contra Lula da Silva, informou a instituição em comunicado.