Madeira

Cerca de 10% dos condutores fiscalizados na Madeira têm excesso de álcool no sangue

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Foto Arquivo/ASPRESS

Cerca de 10 em cada 100 condutores fiscalizados na Madeira apresentam uma taxa de álcool no sangue superior ao permitido, indicou hoje o comandante regional da PSP, defendendo que a sociedade "tem de refletir" sobre o "abuso do álcool".

Considerando que é preciso prevenir comportamentos que estão na origem de crimes, acidentes, violência e insegurança, Luís Simões realçou que, além do consumo de drogas, "sejam convencionais ou novas substâncias psicotrópicas", a "sociedade tem refletir sobre o abuso do álcool".

"É esta, como sabem bem os polícias deste comando regional, uma das principais causas da violência doméstica, de desordens, de ofensas à integridade física, de agressões e de muitos dos danos da própria resistência, coação ou agressão a agentes da autoridade", afirmou o comandante, que discursava na cerimónia comemorativa do 145.º aniversário do Comando da Polícia de Segurança Pública (PSP) da Madeira.

"E, com muita frequência, está na origem de graves acidentes rodoviários, que provocam mortos e feridos graves nas estradas da região", acrescentou.

Luís Simões adiantou que, na Madeira, "em cada 100 condutores fiscalizados, 10 (dados de 2022) ou 11 (dados do primeiro semestre de 2023), estão a conduzir com taxas de álcool no sangue superior ao limite legal permitido [0,5g/l]", salientando que "estas taxas de 10, 11% são muito superiores" face ao continente, que regista uma taxa de cerca de 6%.

A PSP madeirense registou no ano passado 1.048 crimes de condução sob influência do álcool e deteve 825 pessoas em flagrante delito.

Já no primeiro semestre deste ano efetuou "550 detenções em flagrante delito e estão registados mais de 650 crimes desta tipologia", indicou o comandante.

Luís Simões referiu, por outro lado, que a criminalidade geral apresenta uma tendência de "ligeiro crescimento", na ordem dos 3%, nos primeiros oito meses deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado.

O comandante apontou que este aumento se justifica, no caso dos crimes contra as pessoas, por "um novo aumento da violência doméstica entre cônjuges e das ofensas à integridade física voluntária simples".

Em relação aos crimes contra o património, contribuíram para o aumento "os furtos de oportunidade e em estabelecimento comercial, os furtos com arrombamento, escalamento ou chaves falsas em residências e estabelecimentos e nas burlas".

Em sentido contrário, a criminalidade violenta e grave "apresenta uma tendência de diminuição superior a 5%, em contraciclo com a tendência nacional até ao momento", sublinhou Luís Simões.

Relativamente ao efetivo da PSP na região, o comandante destacou que está previsto um reforço "no próximo mês", que será "direcionado para a segurança aeroportuária".

Luís Simões mostrou-se convicto que "a admissão de pessoal não policial para a Polícia de Segurança Pública, que já tem o aval político, permitirá nos próximos dois a três anos um impacto positivo no número de polícias em funções operacionais".

Dirigindo-se à população, o comandante assegurou igualmente que "não há risco de se fecharem esquadras na Madeira, nem de noite nem de dia".

O diretor nacional da PSP, José Barros Correia, que tomou posse na segunda-feira e também marcou hoje presença no aniversário do comando regional, garantiu que fará o que estiver ao seu alcance para que "sejam asseguradas as melhores condições", profissionais e pessoais, aos polícias da Madeira.

O secretário regional das Finanças, Rogério Gouveia, em representação do presidente do Governo madeirense, destacou, por sua vez, que o executivo "tem encetado todos os esforços para ajudar a resolver várias carências" da PSP na região, embora essa seja uma matéria "que depende do Ministério da Administração Interna".

O governante recordou que, face à "premente necessidade" de a Madeira ter instalações apropriadas e, sendo esta uma competência e responsabilidade do Estado, o Governo Regional mostrou-se várias vezes disponível para celebrar contratos interadministrativos com a República, que permitam reabilitar e construir novas esquadras.