Quase 100 mortos em confrontos entre forças sírias e islâmicas nos últimos dez dias
Os confrontos armados entre as forças governamentais sírias e a aliança islâmica Organização para a Libertação do Levante, no noroeste da Síria, resultaram em pelo menos 94 mortos nos últimos dez dias, divulgou ontem um observatório sobre a guerra.
Os combates eclodiram em 26 de agosto, depois de a fação islâmica ter lançado um ataque coordenado em grande escala contra posições do Exército Sírio na aldeia de Al Malaya e, mais tarde, contra cidades na província de Aleppo adjacentes a Afrin, referiu o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).
Este observatório da oposição com sede no Reino Unido, mas que dispõe de uma vasta rede de fontes no país em guerra, realçou que entre os mortos estão 74 soldados do Exército sírio e 11 da aliança islâmica.
Também seis civis perderam a vida, incluindo quatro crianças, num "ataque terrestre por forças governamentais", segundo o Observatório.
Tropas leais ao Presidente sírio Bashar al-Assad estão a tentar retomar o controlo da aldeia de Al Malaya, depois do grupo Ansar al-Tawhid ter tomado vários cargos governamentais na semana passada.
Durante os combates, o Exército sírio contou com apoio aéreo da Rússia, aliada do governo do país árabe.
Os confrontos são alguns dos mais intensos desde que entrou em vigor um cessar-fogo acordado entre Moscovo e Ancara, apoiante da oposição síria e presente em várias zonas do norte da Síria que assumiu durante três ofensivas transfronteiriças lançadas nos últimos anos.
Estes combates surgem depois da intensificação da violência nas últimas semanas no noroeste do país árabe, com uma série de bombardeamentos russos mortais e ataques de artilharia do Exército sírio contra a Organização para a Libertação do Levante.
A guerra na Síria, desencadeada em março de 2011 pela violenta repressão do regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, de manifestações pacíficas, já provocou mais de meio milhão de mortos e obrigou à deslocação de vários milhões de pessoas.
O conflito ganhou ao longo dos anos uma enorme complexidade, com o envolvimento de países estrangeiros e de grupos 'jihadistas', e várias frentes de combate.