Austerlitz
A fruição da arquitectura não se faz apenas com a visão
Vai longe o tempo em que só casamentos, aniversários ou viagens de férias a lugares exóticos constituíam ocasiões para usar a máquina fotográfica. Hoje, praticamente tudo o que desperta a nossa atenção é instagramável – isto é, acaba transformado em imagem no telemóvel. A tal ponto que o próprio acto de fotografar parece substituir-se à experiência do momento, empobrecendo-a, reduzindo-a a uma imagem que, mais tarde, não evocará senão a data da sua própria captura. Provavelmente, esta acabará por desaguar nas redes sociais diluindo-se numa miríade de outras postas a circular por publicitários, influencers, analfabetos funcionais, intelectuais, artistas, humoristas e também arquitectos.
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