Ministério da Justiça avalia "soluções provisórias" para repor sistema dos tribunais
O Ministério da Justiça adiantou que está a avaliar "soluções provisórias" para repor o funcionamento do sistema informático dos tribunais, que se encontra inoperacional desde hoje de manhã e já obrigou ao adiamento de julgamentos e diligências.
Numa nota enviada à Lusa, o gabinete do Ministério da Justiça explicou que o problema "foi provocado por uma interrupção num circuito de um operador de comunicações" ligado a um centro de dados em Évora, devido a uma "intervenção externa", assegurando que não se trata de um problema interno dos sistemas da Justiça.
"O Ministério da Justiça, através do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ), está a fazer o acompanhamento permanente desta situação e a avaliar soluções provisórias que permitam garantir a reposição das comunicações, enquanto a ligação não for reestabelecida pelo operador", referiu o Ministério da Justiça.
Os tribunais estão parados desde o início da manhã em todo o país devido a uma falha do sistema informático Citius. Segundo o Sindicato de Funcionários Judiciais (SFJ), o problema verifica-se "de norte a sul" e registava-se desde as 09:00, de acordo a secretária regional de Lisboa do SFJ, Regina Soares.
"Já houve muitos adiamentos. Na Instrução Criminal de Sintra já foi tudo adiado, no Juízo Central Criminal de Almada também houve adiamentos e no Juízo Local Criminal de Lisboa registaram-se pelo menos cinco adiamentos", acrescentou a dirigente sindical.
O Sindicato dos Oficiais de Justiça (SOJ) reconheceu igualmente a paralisação da atividade esta manhã devido à questão informática, depois de os primeiros dois dias após o final das férias judiciais já terem sido de constrangimentos nos tribunais por causa das greves dos funcionários judiciais.
"Está tudo parado desde manhã. Tinha referido que por causa da greve estava suspensa a justiça em Portugal e o Ministério da Justiça vem confirmar isso. Isto não resulta da ação dos trabalhadores, resulta do Governo, que, ao não investir, permite isto", afirmou o presidente do SOJ, Carlos Almeida, que apelou ainda ao Conselho de Estado para se pronunciar sobre o estado do setor: "A justiça em Portugal está suspensa".