Existem 37 mil espécies exóticas no mundo e quase 10% são invasoras
Existem 37 mil espécies exóticas no mundo, das quais perto de 10% podem ser consideradas invasoras e prejudiciais devido aos efeitos negativos nos ecossistemas e na qualidade de vida na Terra, segundo um relatório divulgado esta segunda-feira.
As conclusões são da Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistémicos (IPBES, na sigla em inglês), das Nações Unidas, que alertou hoje que as invasões biológicas constituem uma "grande ameaça" que "está a aumentar a um ritmo sem precedentes".
De acordo com relatório, que faz a síntese de mais de 13.000 estudos realizados por 86 especialistas internacionais de 49 países, o número de espécies exóticas deverá ter aumentado 36% em 2050, em comparação com 2005.
A propósito das espécies invasoras, que representam quase 10% do total de espécies exóticas, a IPBES revelou ainda que desempenham um papel importante em 60% das extinções de espécies em todo do mundo, sendo mesmo a única causa em 16% dos casos.
Os invertebrados representam a maioria das espécies invasoras (22%), seguindo-se vertebrados (14%), micróbios (11%) e plantas (6%). Os seus principais perigos, segundo o relatório, estão relacionados com a perturbação dos ecossistemas, a competição com espécies nativas ou a predação.
Os seus principais crimes são perturbar ecossistemas (27%), competir com espécies nativas (24%) ou predar (18%), segundo o IPBES que alerta "para os efeitos em cascata".
Europa, Américas e Ásia Central são as regiões onde a introdução do maior número destas espécies decorreu de atividade humana.
Por outro lado, as ilhas e os povos indígenas altamente dependentes da natureza são particularmente vulneráveis e foi precisamente nessas zonas que ocorreram cerca de 90% dos desaparecimentos de animais ou plantas associados a invasões biológicas.