Hospital Dr. Nélio Mendonça
Como é do conhecimento de todos, recentemente tivemos a notícia que o hospital Dr. º Nélio Mendonça tinha sido alvo, de um ataque informático. Também, ficamos a saber através da comunicação social, que estava tudo a “funcionar” apesar de existir alguns constrangimentos… E que constrangimento!!! Infelizmente, precisei de me deslocar as urgências. Não que eu não tivesse nada melhor para fazer, mas visto que já não conseguia mover-me devido a uma dor que sentia no calcanhar. Decidi ir as urgências. Como entrei em cadeira de rodas, fui logo atendida, na triagem. Passado uns 40 minutos acho eu, fui chamada por uma médica muito simpática e atenciosa, que juntamente com outro colega, examinaram o meu pé e informaram que o que eu possivelmente tinha um esporão calcâneo e que iria ser vista pelo ortopedista para me receitar tratamento, enfim, dar solução ao meu problema.
Quando cheguei à Ortopedia, com a ajuda de um funcionário que me guiava na cadeira de rodas, passado uns minutinhos fui chamada. Quando entrei o Sr. Doutor (MV) olhou para mim e nem tendo dado bom dia (educação fica bem!) disse: “Eu não vou atendê-la! Vá ao centro de saúde, à sua médica de família. Eu não vou atendê-la”. Ainda pensei, isto deve ser para os “apanhados” … Fiz de conta que não tinha “ouvido bem” e perguntei: Desculpe Sr. Doutor (MV) mas eu não entendi? A Resposta deixou-me incrédula: “Eu não vou atendê-la, isso não é urgência, marque uma consulta no privado ou na médica de família, como quiser!”
Em lagrimas tive de sair das urgências, sem poder caminhar, com dores horríveis. Mas a história não acaba aqui, o melhor vem a seguir. Como temos na família um Dr., muito bem-conceituado, liguei para ver o que me aconselhava e o mesmo ficou como eu! Nem acreditava que o tal médico tinha recusado ver-me. Pediu desculpas e disse que ia tentar saber quem era o ortopedista de serviço. Passado 10 minutos o meu telemóvel tocou era Dr.
Atendi, o Dr. disse-me que seu eu quisesse podia voltar as urgências que o (MV) ia atender-me. A minha pergunta é: só porque sou familiar de alguém com Dr. no nome, já era um caso urgente? Já ia ser vista nas urgências? É nisto que o nosso Serviço de Saúde está a ficar? Só somos atendidos e bem recebidos caso o Dr. exista na família ou com fator C (cunha)? É este tipo de serviço que o povo recebe quando precisa? Ou será uma conspiração para irmos ao privado? Sim porque acaba sendo um negócio. Trabalham no hospital e acabam tendo clínicas ou consultórios privados!!!
Claro que não voltei ao serviço de urgência, não sei o que o Dr. da família disse ao das urgências. Corria o risco de sair ainda pior! Mas como tinha um problema grave de saúde, tinha de o resolver… Como podem imaginar acabei nas urgências do Hospital Particular, onde fui bem atendida e medicada. O que me causou arrepios foi a fatura. E volto a perguntar? Eu por acaso tinha dinheiro e os que não têm?
Na minha opinião médicos como este não deveriam exercer. “Exercerei a minha arte com consciência e dignidade. A Saúde do meu Doente será a minha primeira preocupação. Mesmo após a morte do doente respeitarei os segredos que me tiver confiado. Manterei por todos os meios ao meu alcance, a honra e as nobres tradições da profissão médica”. O ‘atrasado’ que me atendeu é hipócrita, um dia fez um juramento o qual não o cumpriu comigo. E não falo apenas por mim, quantos doentes em várias situações passam pelo que eu passei?
Mas MV que não se esqueça que o tempo passa e quem sabe um dia por ironia do destino, não nos voltemos a encontrar? E aí vamos ver quem será “urgência” nesse dia?!
Márcia Dias