Fact Check Madeira

Será verdade que um T1 a custos controlados vai custar 160 mil euros?

Consternação nas redes com valores apresentados. JPP acusou o Governo Regional de fazer “favores a construtores ricos”

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As declarações de que um T1 a custos controlados vai custar 160 mil euros, atribuídas ao secretário regional do Equipamento e Infraestruturas, Pedro Fino, aquando de uma visita na última terça-feira, a um terreno, no Caminho dos Saltos, no Funchal, onde vão nascer 55 novos fogos a custos controlados, no âmbito do Programa Casa Própria, deram que falar nas redes sociais e motivaram também reparos por parte de alguns partidos na oposição.

“O objectivo de um governo não é obter lucro com a venda de habitação, mas sim vendê-la a preço de custo, um preço que uma família madeirense trabalhadora de classe média e média-baixa consiga pagar através de crédito habitação”, sublinhou o cabeça-de-lista e líder do JPP à margem de uma actividade promovida pelo partido, no Funchal.

Élvio Sousa acrescentou mesmo que “um T1 a custar 160 mil euros, é fazer favores a construtores ricos. Isto tem de ser investigado e auditado” e que o valor se torna ainda mais grave “quando se sabe que o terreno é do Governo e que 30% abaixo do valor de mercado, para um apartamento de 60m2, dá um preço de venda de 2.666/m2, com preços a escaldar e bem acima do custo de construção”.

"Um T1 a custar 160 mil euros, é fazer favores a construtores ricos", critica Élvio Sousa

Cabeça-de-lista do JPP nota que "objectivo de um governo não é obter lucro com a venda de habitação mas sim vendê-la a preço de custo"

A verdade é que, ouvidas as afirmações do governante com a tutela da Habitação, verifica-se que o valor de 160 mil euros foi apontado para um T2, e referindo-se a uma média ao investimento necessário às famílias. Naquele espaço, visitado no passado dia 29, vão ser edificadas 55 habitações, 16 tipologia T1, 23 tipologia T2 e 16 tipologia T3.

Mais de 200 apartamentos a custos controlados serão construídos na Penteada

Projecto será oficialmente apresentado em Setembro

“Um investimento importante que realça que o Governo Regional não só está a construir habitações e a aumentar a oferta de habitações públicas, mas também pretende incentivar a construção de habitações por privados. Estamos a actuar do lado da oferta, a pretender aumentar a oferta de habitações de modo a ter um efeito regulador no mercado de habitação”, assegurou na ocasião o secretário regional.

Depois, e quando questionado sobre o valor de uma habitação naquele local, Pedro Fino apontou uma média. “Nós vamos limitar 30% abaixo do mercado. A expectativa dos valores andará à volta dos 160 mil euros para uma habitação aqui, com apoio no sinal a essa habitação, um apoio ao adquirente no sinal (…). Tipologia T2, a média, o valor que falei”.

Conclui-se, portanto, que o valor médio de 160 mil euros apontado por Pedro Fino para uma habitação a custos controlados diz respeito a um apartamento de tipologia T2 e não T1, como erradamente foi veiculado e replicado por várias pessoas, entre as quais Élvio Sousa. 

"Um T1 a custar 160 mil euros, é fazer favores a construtores ricos", apontou o cabeça-de-lista do JPP.