Bloco de Esquerda associa-se ao 'Movimento Casas para Morar' e defende direito à habitação na Madeira
"Garantir o direito à habitação a quem vive e trabalha na Madeira essa será a luta do Bloco na Assembleia Legislativa Regional porque a Madeira, os madeirenses e porto-santenses precisam de casas para morar, não para especular", afirmou Dina Letra, coordenadora regional do Bloco de Esquerda (BE) Madeira, que se associa hoje à iniciativa 'Casas para Morar'. Este movimento junta mais de 20 cidades portuguesas em protesto contra a crise na habitação, este sábado, 30 de Setembro.
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"O Bloco de Esquerda associa-se ao Movimento Casas para morar que hoje, um pouco por todo o país, irá manifestar-se pelo direito à habitação e por uma habitação digna para todas e todas os portugueses. Na Madeira, a cenário também é preocupante, pois todos os meses o preço da habitação aumenta na Madeira", sublinhou Dina Letra, lembrando que o Funchal é a terceira cidade do país onde a habitação é mais cara.
"São 2.976 euros por m2. Ao mesmo tempo os madeirenses têm, em média, os rendimentos mais baixos. Os juros sobem, e para muitas famílias quase que duplicou a prestação da casa", aponta a bloquista, explicando que se refere a famílias da classe média, "que são quem tem condições para contrair empréstimos para compra de habitação própria".
"As rendas sobem em toda a Região, particularmente no Funchal, onde é quase impossível arrendar um T2 por menos de 1.000, 1.200 euros, muito mais do que os salários podem pagar", salienta Dina Letra, acrescentando que "somos confrontados frequentemente com quebras de contratos e com despejos, porque o senhorio pretende aumentar a renda para valores incomportáveis ou porque vai converter a habitação para alojamento local". "Aumenta, por isso, a pressão e o sufoco das famílias que estão cada vez com mais dificuldades em pagar as suas contas, a renda da casa ou o crédito à habitação", constata.
Em tom crítico, a coordenadora regional do BE diz que o Governo Liderado por Miguel Albuquerque "muito pouco e absolutamente nada" tem feito nesta matéria. "As duas únicas medidas que o PSD-M apresentou no debate sobre a habitação, no Parlamento nacional, foi a de manter os vistos gold e o alojamento local sem qualquer limite e controlo. Os deputados da Madeira, do PSD-M, não foram ao parlamento nacional defender os madeirenses e porto-santenses nem o seu direito à habitação. Foram sim promover a construção de luxo; foram dizer que os senhorios podem continuar a expulsar as famílias das suas casas por pura ganância; isto é a prova provada de que o governo regional está submisso aos interesses imobiliários e à especulação", denuncia Dina Letra citada em nota de imprensa.
Em contrapartida, o Bloco defende que "são necessárias medidas corajosas e concretas, que possam no imediato impedir que as famílias tenham de abandonar as suas casas". Nomeadamente: "controlar o preço das rendas; extinguir os vistos gold; o fim dos benefícios fiscais para a reabilitação de prédios que não se destinam à habitação; limitar as licenças para Alojamento Local".