Albuquerque elogia Humberto mas lembra que “cargo de secretário não é vitalício”
Presidente do Governo Regional reagiu à notícia do DIÁRIO
"Eu nunca tive hesitações na escolha de secretários. Em 72 horas fiz a reformulação do Governo e nomeei os secretários. Isso são bocas que vão mandando", afirmou hoje Miguel Albuquerque, quando questionado pelos jornalistas sobre o afastamento de Humberto Vasconcelos do novo executivo.
Tal como avançou o DIÁRIO na edição impressa deste sábado, o ex-secretário regional da Agricultura passou de convidado a dispensado em 48 horas. Na 'ressaca' da formação do novo Governo, Albuquerque chegou a informar Humberto Vasconcelos que contava com ele, mas depois recuou e atribuiu o cargo a Rafaela Fernandes.
Hoje, reagindo à notícia, o presidente do Governo diz que "foi tudo decidido de uma vez". "Eu já tinha tudo pensado na noite das eleições", frisou Albuquerque que falava à margem da cerimónia de entrega dos diplomas de mérito 2022-2023 e de tablets aos alunos do 1.º ano dos Cursos Profissionais do Conservatório – Escola de Artes da Madeira.
Quando confrontado com o descontentamento de Humberto Vasconcelos, Albuquerque disse não ter conhecimento, mas lembrou que o “cargo de secretário não é vitalício”.
Ele disse isso? Não faço ideia. Acho que não disse, porque isso não aconteceu e ele não pode dizer uma coisa que não aconteceu. A mim não manifestou, nem tem de manifestar desagrado nenhum, porque todos os secretários que trabalham comigo sabem que têm toda a minha solidariedade e que o cargo de secretário regional não é vitalício" Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional
Em contrapartida, o chefe do Governo da Madeira deixou ainda elogios ao secretário desconvocado.
O secretário Humberto Vasconcelos fez um excelente trabalho. Foi um homem a quem a Madeira deve muito em todas as áreas, uma pessoa íntegra e sabe, como é inteligente, que não ia se perpetuar, nem os cargos políticos são perpétuos" Miguel Albuquerque
Sobre a data para a tomada de posse do novo Governo, Miguel Albuquerque adiantou que tem uma reunião com o representante da República na próxima segunda-feira, dia 2 de Outubro, para apresentar o executivo.
A composição do Governo Regional da Madeira para o período 2023-2027 foi anunciada na quinta-feira, quatro dias depois do ato eleitoral, e determina a extinção de duas secretarias regionais, a do Mar e Pescas e a do Ambiente, Recursos e Alterações Climáticas, que passam agora para a tutela das secretarias da Economia e da Agricultura, respectivamente.
Miguel Albuquerque mantém na estrutura governativa os titulares das pastas das Finanças (Rogério Gouveia), dos Equipamentos e Infraestruturas (José Pedro Fino), do Turismo e Cultura (Eduardo Jesus) e da Saúde e Protecção Civil (Pedro Ramos). Jorge Carvalho também continua com as pastas da Educação e Ciência, quando no anterior governo tinha ainda a Tecnologia.
O centrista Rui Barreto, que foi número dois na candidatura da coligação Somos Madeira nas eleições do passado domingo, mantém-se com a tutela da Economia, a que acrescem o Mar e Pescas. Estas duas áreas estiveram nos últimos quatro anos com Teófilo Cunha (CDS-PP), que não integra o novo executivo.
Rafaela Fernandes, actual presidente do Serviço Regional de Saúde (Sesaram), estreia-se em funções governativas e passa a ser secretária regional da Agricultura e Ambiente, substituindo Humberto Vasconcelos, que tutelava a Agricultura e o Desenvolvimento Regional, e também Susana Prada, que esteve como responsável do Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas.
Ana Sousa, antiga directora do Departamento de Inclusão da Pessoa com Deficiência da Madeira, também vai integrar o elenco governativo na Inclusão Social e Juventude, substituindo Rita Andrade, que foi secretária da Inclusão Social e Cidadania na legislatura que agora termina.
Nas eleições de domingo, a coligação PSD/CDS-PP elegeu 23 deputados, o PS 11, o JPP cinco e o Chega quatro, enquanto a CDU (PCP/PEV), o BE, o PAN e a IL elegeram um deputado cada.