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Problemas nas fardas marcam início de carreira dos novos agentes da PSP

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Muitos dos futuros agentes da PSP vão apresentar-se na cerimónia de final de curso, na terça-feira, com uma farda que não corresponde ao tamanho devido a problemas com o novo fardamento, mas a polícia desmente os constrangimentos.

Os cerca de 550 novos polícias estão a terminar o Curso Formação de Agentes e a cerimónia realiza-se na próxima terça-feira em Torres Novas, mas muitos deles vão apresentar-se com luvas que não cabem nas mãos ou casacos XL, quando vestem um S, segundo vários relatos que chegaram à Lusa.

Em causa está, de acordo com esses relatos, a empresa que fornece o fardamento para a Polícia de Segurança Pública não ter conseguido entregar a tempo os novos uniformes para os futuros agentes que frequentam a Escola Prática de Policia (EPP), em Torres Novas, e para resolver o problema trocou as etiquetas ao colocar um número que não corresponde.

Além do uniforme de gala, que vão utilizar na terça-feira no juramento de bandeira, também há problemas com as fardas com que se vão apresentar ao serviço de uma esquadra pela primeira vez.

Elementos da PSP que estão na EPP explicaram que a empresa fez um levantamento junto de todos os alunos para saber quais as necessidades de fardamento, mas quando chegaram as novas fardas os futuros agentes aperceberam-se que os tamanhos não estavam corretos e as etiquetas tinham sido trocadas.

"É vergonhoso, receberem peças com uma etiqueta, por exemplo, a dizer XL, onde riscaram o XL e escreveram a caneta S, quando a peça é mesmo XL e o aluno/a usa mesmo um S! Isto é inqualificável", disse à Lusa um dos visados, referindo que a empresa se disponibilizou para resolver o problema.

A Lusa viu também fotografias que mostram os tamanhos trocados, como dois polos azuis que tinham a indicação de tamanho S, mas em que um é maior do que o outro.

Contactada pela Lusa a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) afirmou ter conhecimento desta situação e manifestou-se preocupada porque são constantes as faltas de fardamento e a demora nas entregas.

"Esta empresa não tem condições para continuar com um vínculo à PSP com este tipo de procedimento e atitude. Não respeitaram o contrato no que diz respeito aos prazos, nem à forma de cumprir os tamanhos," disse o presidente da ASPP, Paulo Santos, frisando que se trata de "um problema da empresa que fornece o fardamento".

O presidente da ASPP considera que a direção nacional da PSP devia exigir às empresas que cumpram os mínimos contratuais e que não deixem que estes casos sucedam, uma vez que colocam em causa a própria imagem da PSP.

Para Paulo Santos, esta situação na EPP "é ridícula e mais valia a empresa assumir que não tinham capacidade".

Numa resposta enviada à Lusa, a direção nacional da PSP refere que a disponibilidade de fardamento adequado à atividade policial constitui, "desde há muito, séria preocupação" da PSP.

A direção nacional garante que "todos os alunos da Escola Prática de Polícia que terminam o Curso de Formação de Agentes participarão na cerimónia de encerramento de curso devidamente uniformizados e com toda a dignidade que lhes é devida".

"O fardamento inicialmente previsto foi alterado para que seja o mais adequado às condições climatéricas que se farão sentir no dia da cerimónia", indica a PSP, sublinhando que, relativamente ao processo de aquisição e entrega de fardamento, "não identifica quaisquer constrangimentos".

Desde 2019 que os polícias são obrigados a adquirir fardamento na plataforma oficial da PSP, mas em início de carreira, não recebem o subsídio de fardamento uma vez que é a PSP que fornece as fardas de gala e operacional.

O regulamento de uniformes do pessoal com funções policiais da Polícia de Segurança Pública, de 2021, estabelece que "o uso indevido e incorreto pelos polícias dos uniformes é passível de procedimento disciplinar".