Atentado terrorista na Somália mata cinco pessoas e fere seis
Cinco pessoas morreram e seis ficaram ontem feridas num atentado à bomba suicida perpetrado pelo grupo terrorista somali Al-Shebab, num restaurante da capital da Somália, Mogadíscio, anunciaram as autoridades locais.
O atentado ocorreu no restaurante Bar-Busharo, situado no bairro de Boondheere, a norte, perto do palácio presidencial, e frequentado por funcionários governamentais.
"Um bombista suicida fez-se explodir num café-restaurante. No total, cinco pessoas morreram e seis ficaram feridas. Todas as pessoas mortas estavam no interior do restaurante", declarou a polícia através de um comunicado.
O grupo terrorista Al-Shebab reivindicou a autoria do atentado num comunicado.
"O Al-Shebab continua a atacar o povo somali, mas, se Deus quiser, vamos erradicá-lo", acrescentou a polícia.
O atentado ocorreu um dia depois de pelo menos seis pessoas terem morrido e dezenas terem ficado feridas na região central de Hiran, na sequência da explosão de um veículo armadilhado, atribuída ao grupo radical.
No sábado, um outro veículo armadilhado explodiu em Beledweyne, a capital de Hiran, matando pelo menos 21 pessoas, segundo as autoridades locais.
A Somália está a viver uma intensificação das operações militares contra o Al-Shebab, depois de o Presidente somali, Hassan Sheikh Mohamud, ter anunciado em agosto de 2022 uma "guerra total" contra o grupo.
Desde então, as forças armadas do país, apoiadas pela Missão de Transição da União Africana na Somália (ATMIS), têm levado a cabo intensas ofensivas contra os terroristas, por vezes com a colaboração militar dos Estados Unidos.
O grupo terrorista respondeu com atentados de grande envergadura, como o atentado com o carro armadilhado contra o Ministério da Educação em Mogadíscio, em 29 de outubro de 2022, que matou pelo menos 120 pessoas.
O Al-Shebab, afiliado desde 2012 à Al-Qaida, efetua frequentemente ataques em Mogadíscio e noutras partes do país para derrubar o Governo central - apoiado pela comunidade internacional - e estabelecer um Estado islâmico de estilo Wahhabi (ultraconservador).
O grupo controla as zonas rurais do centro e do sul da Somália, apesar de o exército ter conseguido reconquistar alguns desses territórios no ano passado, e ataca também países vizinhos como o Quénia e a Etiópia.
A Somália vive num estado de guerra e caos desde 1991, quando o ditador Mohamed Siad Barre foi derrubado, deixando o país sem um Governo efetivo e nas mãos de milícias islamistas e senhores da guerra.