Célia promete contra-atacar propaganda enganosa
Pelo visto está para durar o braço-de-ferro entre a Câmara Municipal da Ponta do Sol e a Águas, Resíduos da Madeira (ARM). Entre Célia Pessegueiro e Amílcar Gonçalves.
A presidente da Câmara Municipal da Ponta do Sol não gostou nada de ter tomado conhecimento de uma suposta propaganda que a empresa pública anda a fazer no município considerado que a acção de rua enganosa.
Célia Pessegueiro não perdeu tempo para desmascarar a iniciativa, aproveitando a sua página no Facebook para prometer uma “resposta” às “mentiras” que constam do folheto, distribuído por “duas jóias”, num autêntico “porta a porta”, classificou.
A autarca socialista, que nas últimas semanas tem sido fortemente crítica aos cortes sucessivos de água no concelho, não baixa a guarda considerando que este tipo de acção, com recurso ao uso de “dinheiro público”, uma forma para “continuar atacar a Câmara” e os munícipes, “porque gastam muita água”, insistindo em ver divulgados pela ARM “quanto gastam todos os outros concelhos”.
Enquanto esse repto não se concretiza, no folheto, no qual não se nota qualquer símbolo ou papel timbrado, mas com título ‘Água na Ponta do Sol: A verdade”, está escrito que a ARM é alheia aos constrangimentos de fornecimento de água, rebatendo e contrariando as acusações que a Câmara tem vindo a tecer nas últimas semanas à empresa pública nomeadamente aos cortes que são efectuados, enumerando os níveis de abastecimento que atingem recordes.
“A Câmara da Ponta do Sol tem feito diversas comunicações que põem em causa o trabalho do Governo Regional e da ARM. O teor dos comunicados é claramente falacioso e tenta apenas dissimular um problema grave ao nível das redes do concelho e que põe em causa o regular fornecimento de água à população da Ponta do Sol”, lê-se logo no primeiro parágrafo.
Mais abaixo consta um gráfico com a evolução do fornecimento de água em alta ao município no período de Janeiro a Julho e nesse verifica-se que a ARM entregou 103.260m3 de água, valor recorde para este período. Para os primeiros 15 de Agosto, em 2021 foram entregues 89.604 m3 e em 2022 um pouco mais de 99.840m3. Desta forma, “constata-se que a ARM nunca entregou tanta água como este ano e no mês de Agosto”.
É referido ainda no documento que “a rede em baixa é da responsabilidade da autarquia e que a mesma apresenta dezenas de pontos de perdas significativas que urgem ser reparadas, mas o actual executivo não tem prestado a necessária atenção persistindo numa versão muito criativa e numa postura dilatória da resolução dos problemas, talvez até intencional e programada”.
Esta manhã o DIÁRIO ouviu o presidente do Conselho de Administração da ARM que rejeitou que a ARM tenha qualquer responsabilidade nesta iniciativa: "Desconheço o teor do folheto". O nosso jornal tentou ainda ouvir a presidente do município mas sem sucesso.