Vindimar faz bem
Li com muito agrado a notícia no Diário que dava conta que a vindima deste ano está a correr bem, que os produtores estão a escoar as uvas, que as casas de vinho estão a pagar um pouco mais do que no ano passado e que tudo se conjuga para um ano melhor do que em 2022.
Por herança de meu pai, tornei-me viticultora amadora e sei o quanto custa trabalhar a terra e produzir uvas com qualidade em terrenos acidentados, com grande declive, que obrigam a um esforço suplementar.
Felizmente, esse esforço e dedicação têm acabado sempre por ter um final feliz, com cachos bonitos e bagos sumarentos, com sabor único que se transforma num néctar dos deuses, numa marca da Madeira.
Saúdo todos aqueles que se dedicam a esta causa, em manter esta tradição viva e que não abdicam de continuar a produzir as uvas que fazem de nós um povo único e diferente. Desde os viticultores,
às casas, aos operadores, ao próprio instituto do vinho, pelos profissionais que conta. São todos valiosos nesta cadeia, sem esquecer as ajudas do Governo Regional e dos fundos comunitários.
Nada é perfeito, mas hoje sinto que vale a pena manter as videiras vivas, porque fazem parte das nossas raízes, da nossa essência. Tal como a banana, que nos torna distintos, nem melhores, nem piores, apenas diferentes.
Margarida Oliveira