PS sem ninguém com Norte
Começo esta carta de leitor por afirmar que, infelizmente, não sou mais socialista, porque já fui socialista. E não sou socialista porque sei o que isso significa e a ilusão que representa acreditar em pessoas que nos retiram a esperança, que nos ferem de morte.
Este sentimento agravou-se com o facto de ser uma mulher do Norte, que se revoltou quando soube que não há nenhum representante do Porto Moniz, São Vicente e Santana, na lista que o PS Madeira apresenta às eleições legislativas de 24 de setembro.
Não posso conceber uma lista que não defende os interesses gerais de toda a Madeira, ainda para mais quando sou confrontada com as promessas da equipa de Sérgio Gonçalves apresenta, nomeadamente a adopção de medidas concretas para responder ao desafio demográfico e combater o despovoamento a Norte.
Como pode um partido falar do envelhecimento e da baixa natalidade que afecta principalmente os três municípios que estão mais longe dos poderes de decisão sem se fazer representar por nenhum cidadão da costa Norte?
Como pode um partido descer tão baixo, com discursos redundantes, sem contar com a experiência de vida de alguém que sabe perfeitamente o que são as vicissitudes de nascer, viver e crescer a Norte?
Não posso estar mais de acordo com o meu amigo Emanuel Câmara, presidente da Câmara do Porto Moniz, quando disse que o líder do PS Madeira é uma marioneta, a voz de Paulo Cafôfo, actual secretário de Estados das Comunidades, e de Miguel Iglésias, que é deputado na Assembleia da República. Dois socialistas que fugiram da Madeira, mas que ainda comandam o PS Madeira para o abismo.
As sondagens dizem tudo. O PS Madeira não terá o meu voto, nem o da minha família e dos amigos. Essa é uma certeza. Tal como a queda de um partido que chegou a criar a ilusão nos madeirenses.
É melhor ficar tudo como está.
Ana Sousa