“Ao Marítimo compete fazer um jogo seguro”
Tulipa alerta para um Mafra forte e assegura que “com tempo, podemos evoluir para um patamar alto”
No regresso da II Liga, o Marítimo recebe neste sábado, pelas 14 horas, o Mafra, em jogo da 6ª jornada da competição. Vindo de uma sequência de quatro vitórias consecutivas – 3 para o campeonato e 1 para a Taça de Portugal, naturalmente que o objectivo da formação verde-rubra é prosseguir na senda dos triunfos. “Claramente que é esse o nosso objectivo. Mas reconhecemos competência no nosso adversário. Trata-se de uma boa equipa, que tem feito, em épocas anteriores, bons campeonatos que, para esta época, trocou de treinador e mudou também muito dos seus jogadores, suportado por um investimento seguro, mas que carece de tempo para afinar uma data de coisas que são importantes”, começou por analisar o treinador maritimista.
Manuel Tulipa, reforçando a ideia anterior, considera o Mafra “uma equipa muito forte e que também vai ter possibilidades de andar nos lugares cimeiros”, referindo que “ao Marítimo compete fazer um jogo seguro”, alertando que “para este tipo de adversário, necessitamos de ter bola e conforto e confiança com ela para o ferir”, sendo que “nos momentos em que perdermos a bola, teremos de ser uma equipa muito estável, de forma que o adversário não tenha muito espaço para contra atacar e usar as suas individualidades na frente, que são fortes no um contra um”.
Por tudo o que atrás deixou patente, o treinador do Marítimo avisa que a sua equipa terá de apresentar “um jogo melhorado relativamente ao último jogo, para a Taça de Portugal, mas muito idêntico ao que apresentamos no Olival [frente ao FC Porto B], em que a equipa mostrou confiança e segurança”.
Sobre a sua equipa, Tulipa considera que “temos jogadores talentosos, que conhecem muito bem o jogo, alguns deles estão a entrar claramente na realidade da II Liga, e cada dia que passa sinto que podemos fazer coisas diferentes”, assegurando que “com tempo e segurança, podemos ir no caminho certo, conscientes que não podemos mudar tudo num espaço tão curto, mas podemos evoluir para um patamar mais alto”, sustenta o técnico.
Mesmo assim, no imediato o que o treinador pretende “é uma equipa segura, consistente e que precisa de ganhar”, pois “os pontos são necessários nesta fase e esta relação que tivemos de 12 pontos em cinco jogos, é uma relação óptima para andarmos dentro dos nossos objectivos e queremos continuar assim”.
-A lesão de Bruno Marques e a saída de Joel Tagueu
Mas há sempre imprevistos. A lesão de Bruno Marques deixa o treinador apreensivo, por ficar com menos opções e, nesta altura, lamenta a saída de Joel Tagueu. “Desde o inicio da temporada que foi alertando para isso. Uma equipa que assume os lugares de subida, na minha opinião – e sublinhei então a minha opinião – terá de ter três jogadores para a posição de ponta de lança, sendo que qualquer um deles possa jogar, que sejam muito iguais mesmo que possam ter características diferentes, de molde a darem conforto e confiança à equipa. O Bruno [Marques] chegou mais tarde, mas estava a ganhar o seu espaço e seria importante em determinados jogos e em determinados momentos do jogo. Teve agora uma lesão que o impede de estar connosco por algum tempo. E tínhamos o Joel, em quem acreditava muito, mas que teve de sair do clube quando nos poderia trazer grandes coisas”, desenvolve o técnico português.
De qualquer modo, Tulipa assume que lhe cabe arranjar soluções. “Ninguém vai querer saber porque não ficamos com este com aquele jogador, ou porque não contratamos mais alguém. Ao treinador cabe-lhe por arranjar soluções”, diz.
Neste contexto, o treinador verde-rubro falou de Mipo Odubeko – “foi um jogador contratado, que tem boas características, mas que precisa conhecer bem as nossas intenções, os seus colegas e ultrapassar a barreira cultural”, considera – e aponta para os jovens da equipa B. “São uma mais-valia para o clube e há espaço grande de recrutamento que confio, mas, para tal, é necessário tempo e um suporte de confiança, pois quando trazemos algum da equipa B para cima, tem de ter qualidade e talento e um suporte de toda a equipa técnica, e isso está a ser construído”, assegura.
“Se vai ser com estes jovens ou com um extremo ou alguém que tenha características para jogar a ponta de lança, é no que estamos a trabalhar”, conclui