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Regionais 2023 Madeira

Joaquim Sousa desfilia-se do PAN após ser suspenso de porta-voz regional

Menos de meia hora após comunicado da Comissão Política Nacional o agora ex-dirigente remeteu pedido de desfiliação

Foto Miguel Espada/Aspress
Foto Miguel Espada/Aspress

A Comissão Política Nacional do Partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) "tomou a decisão, por larga maioria, de aplicar a suspensão imediata a Joaquim Sousa, Porta-Voz do PAN Madeira e de proceder a um inquérito disciplinar ", começa um comunicado emitido esta madrugada, cerca da 1h10. Menos de meia hora depois, Joaquim Sousa remete email com uma extensa carta aos Comissários Nacionais do PAN a dar conta da sua desfiliação.

Isto apesar de ambas as decisões terem dada anterior. No caso da decisão da estrutura nacional data de 27 de Setembro, enquanto que a carta de Joaquim Sousa data de 28 de Setembro. Ainda assim, ambos apontam divergências irreversíveis.

"Estas medidas foram tomadas após uma análise rigorosa de factos que colocaram em causa o bom nome do PAN por parte de Joaquim Sousa e a audição do próprio pela Comissão Política Nacional (CPN)", justifica o órgão do partido. "Perante a deliberação e consideração das circunstâncias que levaram a esta decisão, o PAN reafirma o seu compromisso com os valores e princípios de respeito, de ética e responsabilidade no exercício das funções partidárias".

Já o visado anuncia que tomou "a decisão de, a partir do dia 29 de Setembro próximo (hoje), deixar de ser Porta-voz regional do PAN (estou inscrito na regional da Madeira, com o nº 2274) em virtude dos comportamentos erráticos e que são a antítese do ideário do PAN por parte da nossa Porta-voz nacional. Em conformidade, comunico-lhe, cara presidente da Mesa da CPN, que comunique às instâncias competentes da organização do PAN esta minha decisão de me desfiliar do partido, sem prejuízo das diligências que eu próprio oportunamente farei e da divulgação pública que julgo imprescindível à clarificação da minha posição", justifica, resumidamente, ainda que na referida carta haja muitas mais razões.

Já a CPN do PAN dizia que "a suspensão imediata de Joaquim Sousa é uma ação pontual, cautelar, no âmbito do processo disciplinar instaurado contra este, sendo que o PAN reitera o seu compromisso com a transparência e a justiça na condução deste processo disciplinar, o qual não reflete, de forma alguma, o trabalho dedicado e comprometido dos restantes membros do PAN Madeira".  Joaquim Sousa decidiu, assim, cortar definitivamente com o PAN.

Já "o partido continuará a trabalhar  de forma eficaz e a representar os interesses dos e das madeirenses e portossantenses", asseguram os membros nacionais da estrutura. "O PAN permanecerá empenhado em defender as causas ambientalistas, da proteção animal e da igualdade, trabalhando arduamente para cumprir os compromissos que assumimos perante os eleitores", garantem ainda.

E aproveitam para agradecer "as várias mensagens de apoio contínuo e compreensão que tem recebido, durante este processo, reiterando que está  confiante num futuro em que o crescimento e expressão das causas PAN ganham terreno perante as exigências atuais de lutar por um futuro mais sustentável, inclusivo e justo para todos e todas".

Esta cisão já era notória desde que Joaquim Sousa tinha sido relegado para fora das listas candidatas do PAN à eleição do passado dia 24, quando este tinha sido indicado, em Junho, por unanimidade da estrutura regional, como o cabeça-de-lista ao processo eleitoral que viria a eleger um deputado do PAN, no caso Mónica Freitas, que entretanto acabou por garantir um acordo com a coligação PSD/CDS para uma maioria absoluta no Parlamento regional.