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Biden coloca defesa da democracia no centro da sua campanha em oposição a Trump

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O Presidente norte-americano, Joe Biden, colocou a defesa da democracia no centro da sua campanha à reeleição, alertando para o perigo que representaria o regresso ao poder de Donald Trump, antevendo um novo confronto entre ambos nas urnas.

Biden fez um discurso em Tempe (Arizona), no qual também prestou homenagem ao senador Republicano daquele estado, John McCain, falecido em 2018 e que foi o candidato presidencial Republicano em 2008, além de ter sido alguém com quem o chefe de Estado manteve um relacionamento próximo de amizade apesar das suas diferenças políticas.

O Presidente alertou que os Estados Unidos estão num ponto de viragem e enfrentam uma situação "perigosa".

"Não há dúvida de que o Partido Republicano de hoje é liderado e intimidado por extremistas. Estes extremistas estão a minar as instituições da democracia americana", advertiu, perante uma audiência extasiada.

Biden atacou especificamente os "extremistas do MAGA", uma referência ao 'slogan' da campanha de Trump "Make America Great Again" [Tornar a América Grande de Novo] e um termo que frequentemente usa para se referir à ala mais radical do Partido Republicano, alinhada com o magnata.

No discurso também houve referências mais diretas a Trump, a quem nunca mencionou nominalmente, mas a quem criticou pelo seu papel no ataque ao Capitólio de janeiro de 2021, quando os seus apoiantes invadiram a sede do Congresso para impedir a certificação dos resultados eleitorais.

Este acontecimento, no qual cinco pessoas perderam a vida, representa o maior ataque à democracia até agora registado no país.

"Democracia significa rejeitar a violência política independentemente do partido. Essa violência nunca, nunca, nunca é aceitável nos Estados Unidos. Não é democrática. Nunca deveria ser normalizada para obter poder político. Democracia significa respeitar as instituições que governam a sociedade", disse.

Por último, e de forma especialmente enfática, Biden apelou aos eleitores, sejam Democratas, Republicanos ou independentes, a colocarem o seu "país em primeiro lugar" e a defenderem os valores dos Estados Unidos e a sua Constituição contra os "extremistas do MAGA".

O discurso desenrolou-se sem contratempos, embora tenha havido um incidente isolado logo no início, quando um membro da audiência interrompeu Biden e começou a protestar contra as suas políticas de combate às alterações climáticas.

"Bem, se você se acalmar, encontro-me consigo logo depois disto", respondeu Biden ao manifestante, acrescentando em tom de brincadeira que a democracia tem os seus desafios, como o próprio acabara de presenciar.

Segundo a Casa Branca, este é o quarto discurso em defesa da democracia que Biden faz desde que assumiu a Presidência em janeiro de 2021.

Surge depois do segundo debate entre os candidatos à nomeação do Partido Republicano para as eleições presidenciais de 2024, em que os candidatos se interromperam constantemente e fizeram poucas propostas concretas para se distinguirem do favorito, Donald Trump.

Trump, que lidera as sondagens à nomeação presidencial Republicana, decidiu ausentar-se desse segundo debate, como já fez no primeiro.

Em vez de comparecer ao evento, o magnata fez um discurso aos trabalhadores do setor automóvel em Detroit, no qual criticou a pressão de Biden a favor dos veículos elétricos.