Todos “vencedores” exceto quem ganhou

Segundo a oposição e alguns comentadores e comentadoras quem não conhecesse o resultado das eleições na RAM pensaria que a coligação PSD/CDS tinha tido uma derrota eleitoral. O triunfalismo bacoco dos líderes nacional e regional do PCP pela recuperação de menos de metade dos 4.483 votos que perderam para o PS-M em 2019, mais uma daquelas “vitórias” eleitorais a que o PCP de há muito nos habituou, como se perder 63% dos votos em 2019 e não conseguir recuperar senão ¼ desses mesmos votos não fosse também um sintoma da descredibilização que o PCP imputa a outros. Outro grande “vencedor” da noite eleitoral foi o PS-M com o seu líder Sérgio Gonçalves (SG) tendo como preocupação exclusiva saber se o líder da coligação PSD/CDS se iria demitir, alheando-se por completo do facto de o seu partido ter perdido quase 50% (22.363) dos votos obtidos em 2019 (51.207) algo de somenos importância, até porque o que verdadeiramente lhe importou foi o PS-M ter tido mais votos que o JPP e o Chega juntos, essa sim a grande “vitória” eleitoral de SG e do PS-M.

Segundo SG não caberia à coligação PSD/CDS com 58.399 votos mais do dobro dos obtidos pelo PS-M, a 1 deputado da maioria absoluta e vencendo em todos os concelhos da RAM formar governo, mas sim ao PS-M liderando a oposição. Seria curioso ver como é que SG conseguiria na AR a maioria de votos necessária com a restante oposição que lhe permitisse formar governo e onde precisaria dos 5 “andarilhos” entre eles o Chega, a menos que para SG e o PS-M as linhas que antes eram vermelhas sejam agora de um rosa-choque. O JPP mostrou-se estranhamente incomodado e ressabiado com a “celeridade” com que foi encontrada uma solução para um novo governo e não teve o mínimo pejo de acusar de “tachismo” quem para ela contribuiu, quiçá por não ter sido convidado para esse efeito e se assim fosse já não haveria “tachismo” nem “tachistas”. Umas eleições onde todos foram “vencedores” exceto quem as ganhou!

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