Vereador dá palmadas na cara de presidente da câmara de Madrid e é obrigado a demitir-se
Um vereador da câmara de Madrid demitiu-se hoje depois de, numa reunião pública, ter dado três palmadas na cara do presidente da autarquia, José Luis Martínez-Almeida, que o acusou de violência.
O vereador socialista Daniel Viondi, depois de uma intervenção na tribuna, dirigiu-se ao lugar onde estava Martínez-Almeida (Partido Popular, PP) para lhe entregar um documento e, em seguida, deu-lhe três palmadas na face.
Segundo o presidente da câmara, o vereador disse-lhe a frase "estás a cometer um erro", em tom desafiador, enquanto lhe tocava na cara com a palma da mão.
"O senhor Viondi tocou-me na cara três vezes com um tom ameaçador", disse logo no plenário da autarquia Martínez-Almeida, depois de pedir a palavra ao presidente da assembleia.
"O senhor é um violento nos plenários, senhor Viondi, e eu não o vou permitir. Não me volte a tocar jamais na cara. Jamais", acrescentou, pedindo medidas à direção do Partido Socialista (PSOE) porque "não se pode tocar" uma pessoa da forma como fez o vereador.
O vereador Daniel Viondi continuou a discutir com o presidente da câmara depois de regressar ao seu lugar no plenário e acabou por ser expulso da reunião por desobedecer ao presidente da sessão.
A porta-voz do grupo socialista na câmara da capital espanhola, a ex-ministra Reyes Maroto, pediu desculpa a Martínez-Almeida, perante o plenário.
Depois, nas redes sociais, o líder do PSOE Madrid, Juan Lobato, anunciou a saída de Viondi da câmara e pediu também desculpa a Martínez-Almeida.
"O partido tomará as decisões correspondentes", acrescentou.
O próprio vereador acabou por anunciar a demissão, numa publicação na rede social X (antigo Twitter), e pediu também ele desculpas ao presidente da câmara.
"Peço desculpa ao senhor Almeida pelo sucedido. (...) Foi um erro que lamento muito", escreveu Daniel Viondi.
O episódio ocorreu depois de uma intervenção de Viondi em que defendeu que fosse dado a um espaço de um bairro da cidade o nome da futebolista Jenni Hermoso, que acusou o antigo presidente da federação espanhola, Luis Rubiales, de lhe ter dado um beijo não consentido na final do mundial que a seleção de Espanha venceu, na Austrália, em agosto passado.