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Regionais 2023 Madeira

Ex-líder do PAN "profundamente envergonhado" com aliança parlamentar na Madeira

André Silva participou no programa 'Café Duplo' da TSF

Foto Arquivo/Reinaldo Rodrigues/Global Imagens
Foto Arquivo/Reinaldo Rodrigues/Global Imagens

O antigo líder do partido Pessoas Animais Natureza (PAN) está completamente contra a assinatura do acordo de incidência parlamentar que garante ao PSD e ao CDS a maioria parlamentar para formar governo na Região Autónoma da Madeira, iniciativa que foi ontem à noite sufragada pela Comissão Política Nacional do PAN, mas que claramente continua a não ser consensual. O comentário foi deixado esta manhã no programa ‘Café Duplo’, da TSF nacional.

André Silva, que liderou (como porta-voz) o PAN nacional de 2014 a 2021, tendo nesse período (2015-2021) sido eleito o primeiro deputado desta formação à Assembleia da República, foi questionado sobre as vozes discordantes no seio do partido. "O PAN acaba de cometer um erro político enorme e eu sinto-me profundamente envergonhado", atirou a abrir. "O PAN deu a Miguel Albuquerque o que os madeirenses não quiseram dar, a perpetuação do regime que gere a Região de forma autoritária e sem prestação de contas".

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Mais, disse o engenheiro civil de profissão, que "em menos de 24 horas o PAN assume uma autêntica fraude política, porquanto tem propostas e supostos ideais antagónicos daqueles que governam a Madeira e fez toda uma campanha de oposição às práticas e políticas do regime, para de seguida vir garantir nada menos que quatro anos de estabilidade, entenda-se de maioria absoluta, defraudando os que votaram em defesa do Ambiente e dos Animais, mas que afinal vão garantir a política dos grandes interesses económicos e especulativos, sem olhar à constante e contínua destruição do património natural da Região", criticou de enfiada.

Por outro lado, lamentou, "é profundamente confrangedor o caderno de encargos que o PAN exigiu em troca do garante de mais 4 anos de maioria absoluta, reforçando que “o alcance das medidas é muito fraco, é uma total indigência política". E exemplifica: "Basta atentar ao que sobre estas disse Nuno Melo. As matérias relativas ao acordo entre PSD e PAN são matérias inócuas e dificilmente seriam recusadas por qualquer partido na Assembleia legislativa da Região Autónoma da Madeira, e algumas medidas acordadas já faziam parte do programa da coligação (Somos Madeira). Aliás, o silêncio sobre a inocência das medidas é revelador da não existência de nenhum incómodo ou clamor por parte de nenhum sector de actividade económica ou de partido político, diz tudo sobre estas medidas. Não vão alterar ou beliscar nenhum contexto referente a práticas económicas, políticas, ambientais ou de defesa animal. E, portanto, não incomodam ninguém. E quando um partido como o PAN deixa de incomodar não serve para nada."