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A Guerra Mundo

Moscovo e Havana em contactos sobre recrutamento de cubanos

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Foto DR

Rússia e Cuba mantêm contactos para apurar as circunstâncias do recrutamento ilegal de cubanos para a guerra na Ucrânia, disse hoje o embaixador russo em Havana, que afirmou não saber o número de recrutados.

"Os órgãos competentes estão a trabalhar, estão em contacto tanto do lado russo como do lado cubano", afirmou à imprensa o embaixador russo em Havana, Viktor Koronelli, questionado sobre queixas de cubanos que dizem ter sido levados para a frente de combate apesar de terem assinado contratos com outros fins.

Falando durante um ato de entrega de doações de alimentos a Cuba, o diplomata disse desconhecer o número de cidadãos cubanos recrutados.

O Governo cubano anunciou no início de setembro a detenção de 17 pessoas em Cuba pela sua alegada ligação com uma rede que opera a partir da Rússia para recrutamento ilegal.

No dia 14 de setembro, o ministro cubano dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodríguez, recordou na sua conta X (antigo Twitter), a "posição inequívoca" do seu Governo "contra a participação de cidadãos cubanos em qualquer conflito, contra o mercenarismo e contra o tráfico de pessoas".

Pouco antes, o embaixador cubano em Moscovo, Julio Antonio Garmendia Pena, tinha dito aos meios de comunicação social russos que o seu Governo não se opunha à participação dos cubanos no conflito, desde que fosse legal.

No início de setembro, um meio de comunicação de Miami revelou os casos de Andorf Velázquez e Alex Vega, dois cubanos de 19 anos que afirmaram em vídeos que tinham sido enganados através do Facebook para trabalharem como pedreiros em estaleiros de construção na Ucrânia com os militares russos e foram enviados para a frente de combate.

Mario Velazquez, pai de Andorf, disse à AFP por telefone em meados de setembro que o seu filho e Vega estavam num hospital na Ucrânia e pediu que o seu filho "fosse dispensado do exército porque está comprovado que vive sem um rim" há anos.

A Agência France Presse contactou dois cubanos em Havana que não quiseram revelar os seus nomes nem serem filmados, mas confirmaram ter-lhes sido oferecido um contrato para trabalhar na construção para o exército russo em troca de residência na Rússia e um salário em rublos equivalente a aproximadamente 2.000 dólares (1.900 euros).

Moscovo e Havana têm estreitado os contactos desde uma reunião em novembro entre os presidentes cubano e russo Miguel Diaz-Canel e Vladimir Putin.

O ministro da Defesa cubano, Álvaro López Miera, foi recebido em junho pelo seu homólogo russo, Serguei Shoigu, e depois seguiu para a Bielorrússia, país aliado de Moscovo.