Bancos assumem metade das perdas com fraudes em pagamentos
Os bancos assumiram a maior parte das perdas decorrentes de fraudes com pagamentos no primeiro semestre de 2022, enquanto os clientes assumiram cerca de 30% das perdas, segundo um estudo divulgado, segunda-feira, pelo Banco de Portugal.
Já 17% das perdas foram suportadas por 'outros', como seguradoras, de acordo como mesmo documento.
Na apresentação não foi indicado o valor das perdas em fraudes de pagamento no primeiro semestre de 2022.
Segundo o regulador e supervisor bancário, geralmente os utilizadores suportam as perdas "sempre que as operações fraudulentas resultam da utilização de credenciais de segurança ou elementos pessoais que foram indevidamente partilhados".
O estudo diz ainda que são cada vez mais as fraudes decorrentes de engenharia social, sendo dois os tipos de fraudes mais comuns.
O primeiro tipo é quando há uma ordem de pagamento por parte do infrator. Nesse caso, o infrator obtém as credenciais de segurança do cliente bancário (por exemplo, através de emails, mensagens ou links para 'sites' fraudulentos).
O segundo tipo de fraude diz respeito à manipulação do cliente pelo infrator, em que este convence o cliente a transferir-lhe dinheiro. Têm sido muito frequentes, por exemplo, fraudes em que alguém se faz passar por um filho e pede dinheiro aos pais.
O Banco de Portugal apresentou hoje a Estratégia Nacional para os Pagamentos de Retalho, estando entre os objetivos dar a conhecer melhor o sistema de pagamentos para que seja mais fácil aos clientes evitarem fraudes e também criar medidas que as mitiguem.
Segundo o Banco de Portugal, funcionalidades como confirmação do beneficiário, transferências de dinheiro usando número de telefone ou controlo de entidades credoras não idóneas nos débitos diretos poderão ajudar a mitigar as fraudes.