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A celeridade movida a poder

Um dia depois das eleições Regionais, fica clara a vontade do povo madeirense em não ter um Governo de maioria absoluta. Diria mesmo que as maiorias absolutas provavelmente não vão voltar à Madeira. São história e fazem parte da história. O poder absoluto já não convence, nem atrai ninguém a não ser uns saudosos do absolutismo vivido por esta ilha durante décadas e que criou uma teia de poder, de interesses e de compadrio que nada fez pela vida do cidadão comum, mas que resolveu a vida dos envolvidos e beneficiados pelo estado a que isto chegou.

Apesar da vontade dos madeirenses ter ficado bem clara, é ver a Coligação Somos Madeira, que reúne PSD e CDS, numa corrida desenfreada para conseguir a maioria absoluta que os madeirenses chumbaram. É vê-los dispostos a negociar mais benesses e tachos com um novo partido. Tachos e benesses que depois serão pagos pelo dinheiro de todos os contribuintes para garantir um sistema de coisas que esses mesmos contribuintes recusaram nas urnas.

Não está em causa a vitória da Coligação Somos Madeira, mas está em causa a celeridade que colocam em resolver os seus problemas, quando comparada com a lentidão que colocam na resolução dos problemas que apoquentam os madeirenses.

Imagine-se o mesmo empenho na solução dos problemas da saúde, da mobilidade, da habitação, da qualidade de vida para todos. Tivessem eles a mesma pressa e o mesmo empenho na solução dos problemas do povo e esta ilha seria realmente o caso de sucesso que falsamente apregoam.

Mas é claro que garantir maiorias para continuar com benesses, tachos e sistemas de poder é mais importante do que garantir um sistema social e económico justo e abrangente.

Fica claro que para o PSD e para o CDS é mais importante a celeridade movida a poder, do que o poder movido pelos interesses da população.