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Regionais 2023 Madeira

PTP admite que falhou objectivo de eleger um deputado mas respeita "opção do povo"

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Foto ASPRESS

O cabeça de lista do Partido Trabalhista Português (PTP) às eleições legislativas regionais da Madeira, Quintino Costa, reconheceu hoje que a sua candidatura falhou o objetivo de eleger um deputado, mas afirmou que respeita a "opção do povo".

"O que falhou: os meios financeiros que os outros tinham e que nós não tínhamos, ajuda muito, mas acho que o povo é que sabe o que faz e o povo conhece-nos. Não foi por falta de mensagem, nem foi por falta de trabalho. Foi uma opção do povo e a gente respeita", disse o empresário Quintino Costa, ex-militante do PCP e eleito presidente do PTP na Madeira em 2019.

Em declarações à agência Lusa, Quintino Costa considerou que o PTP cumpriu com a sua função como partido de se apresentar a eleições e de se sujeitar à votação da população.

"Teve o resultado que teve. Não atingiu o objetivo, manteve o eleitorado, manteve em percentagem, até aumentou um pouco, mas não atingiu os objetivos que era eleger um deputado", apontou.

De acordo com informação disponibilizada pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, os resultados das eleições legislativas regionais da Madeira indicam que o PTP conseguiu 1,01% dos votos, correspondendo a 1.369 dos votos entre os 135.413 votantes. Em 2019, o PTP teve 1,00% dos votos, equivalente a 1.426 votos entre os 143.190 votantes.

A posição do PTP na Assembleia Legislativa da Madeira mantém-se assim sem representação parlamentar, apesar de o partido ter conseguido três deputados em 2011 e um mandato em 2015 (ano em que concorreu em coligação com PS, PAN e MPT).

"Enquanto houver registo no Tribunal Constitucional, o PTP está aqui a trabalhar", reforçou Quintino Costa.

Sobre a eleição de novas forças políticas no parlamento da Madeira, o cabeça de lista do PTP manifestou-se preocupado com "a entrada partidos de extrema-direita", sem mencionar nomes, apesar de considerar que a assembleia regional já está habituada.

"Também não é coisa que não estejamos habituados a posições de extrema-direita naquele parlamento. É mais do mesmo. Não entra ninguém que não se conheça, todos aqueles que entram ou no parlamento ou fora do parlamento estão há 20 e 30 anos no poder com o PSD", declarou.

Relativamente ao futuro da governação da Madeira, uma vez que a coligação PSD/CDS-PP venceu sem maioria absoluta, Quintino Costa indicou que "está claro" que será o PAN a ceder a um acordo.

"Isso está claro. O secretário-geral do PSD/Madeira, o dr. [José] Prada, já arranjou um colega para o Governo, o dr. Marco Gonçalves, que é o mentor do PAN na Madeira. É um acordo de escritórios de advogados que não nos admira nada. É um ex-deputado do PCP que vai para o Governo", apontou o cabeça de lista do PTP.

A coligação formada por PSD e CDS-PP venceu no domingo as eleições legislativas regionais da Madeira, com 43,13% dos votos mas sem conseguir obter maioria absoluta, elegendo 23 dos 47 deputados.

De acordo com resultados oficiais provisórios da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, o PS elegeu 11 deputados, o JPP cinco e o Chega quatro, enquanto a CDU (PCP/PEV), o BE, o PAN e a IL elegeram um deputado cada.

O Chega e a IL vão assim estrear-se na Assembleia Legislativa da Madeira, enquanto PAN e BE regressam ao parlamento.

Apresentaram-se a votos PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL.

Há quatro anos, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.