CDU diz que é preciso vencer a "ancestral habituação" à injustiça social
O cabeça de lista da Coligação Unitária Democrática (CDU), composta por PCP/PEV, às eleições na Madeira, Edgar Silva, defendeu hoje ser necessário derrotar "a ancestral habituação" das pessoas à injustiça social, reforçando a representação parlamentar desta força política.
"É preciso vencer a ancestral habituação à injustiça social, vencer a resignação à injustiça social. É preciso superar a habituação à desigualdade, o que implica reforçar a força que combate as injustiças", disse o candidato à agência Lusa no último dia da campanha para as eleições de domingo.
Na opinião de Edgar Silva, no decorrer destas duas semanas da campanha eleitoral, a CDU conseguiu passar uma mensagem que considera "especialmente importante", a que é a "força que combate as injustiças sociais".
A candidatura teve por objetivo "trazer esta ideia, que estava latente, para o centro da campanha" e, agora, está "a tentar associar este reconhecimento ao voto na força que combate as injustiça", sustentou.
A CDU apela ao voto das "pessoas que reconhecem que é a CDU que avança com o combate às desigualdades, às grandes injustiças sociais que existem na Madeira", dos que sabem que esta luta é "dinamizada pela CDU", mesmo aos que até agora nunca escolheram a CDU, referiu o candidato.
"Este apelo é que na hora do voto, se a CDU foi essa força da justiça social, então quem experimenta, quem sente a indignação, está identificado com esta necessidade de levar por diante este combate às grandes injustiças, grandes desigualdades, precisará dar o voto à CDU para que esta força que combate as injustiças possa prosseguir esta intervenção, essa ação", argumentou.
Edgar Silva, que é coordenador regional do PCP na Madeira, apontou que a região tem "problemas sérios de exclusão social e segregação social", considerando que "as políticas económicas e sociais conduzidas ao longo destes anos têm ampliado ainda mais a desigualdade".
O cabeça de lista acrescentou que "o conjunto das adversidades das sondagens, cada uma a seu jeito, aponta, entre julho e setembro, para uma dinâmica de crescimento da CDU".
"Essa dinâmica indica que poderemos vir a ter mais CDU. Mais votos e eleitos. Vamos aguardar por domingo", concluiu.
A CDU elegeu pela primeira vez um grupo parlamentar na Madeira, de dois deputados, em 1996, que manteve até às eleições legislativas regionais de 2011.
Nesse ano, só elegeu um deputado, mas nas eleições seguintes, em 2015, voltou a contar com dois eleitos.
Nas mais recentes regionais da Madeira, em 2019, a CDU perdeu outra vez o grupo parlamentar que havia recuperado e elegeu apenas um deputado.
Às legislativas da Madeira concorrem 13 candidaturas, que vão disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único.
PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL são as forças políticas que se apresentam a votos.
Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.