Mais vontade do que gente
Iniciativa Liberal mobiliza pouco a rua. A campanha está a ser eficaz, dizem as sondagens com as previsões de voto
A onda liberal que o presidente do partido Rui Rocha diz estar a surgir na Madeira é em termos de demonstração popular tímida, mais de mar de Verão. Nesta campanha não chegou para mobilizar uma enchente nas arruadas ou para despertar para beijos e abraços entre desconhecidos. Ainda assim, é preciso ter em conta que o eleitorado da Iniciativa Liberal pode não ser efusivo e ser determinado.
A eleição de um grupo parlamentar foi o objectivo assumido desde o início. As sondagens apontam para a concretização, o que significa que a mensagem tem passado e há muitos eleitores que se identificam com os compromisos e promessas do partido.
A campanha foi muito feita na rua, no dar-se a conhecer às pessoas. A comunicação foi simplificada, destacou problemas que tocam à generalidade dos cidadãos e apontou soluções. O centrar o discurso em poucos temas-chave foi estratégico.
A pouca experiência política dos candidatos não parece ter sido prejudicial, pois nas sondagens surgem à frente da CDU e do Bloco de Esquerda, partidos com um longo palmarés de eleições.
Em 2019 a Iniciativa Liberal foi pela primeira vez a votos na Madeira, não teve bons resultados. Nesta campanha repetiram Nuno Morna como líder, mas houve maior cuidado na preparação da nova investida, um trabalho mais articulado e mais pensado, como assumiu o cabeça-de-lista. O apoio da estrutura nacional do partido à campanha, nomeadamente a presença na Região do líder e deputados da Assembleia da República, também terá tido efeitos positivos.
Domingo saberemos se foi efectivamente suficiente o trabalho de mobilização do eleitorado na Madeira.
O momento da campanha:
Foi no passado dia 15, quando Nuno Morna numa acção de campanha na Estrada Monumental perdeu as estribeiras e se deixou levar pela emoção, tendo respondido exaltado à provocação de um popular. ‘Vai mas é tomar banho’ e ‘Vai-te deitar’ foram frases usadas pelo cabeça-de-lista, que entretanto admitiu ter-se excedido e ter estado mal.
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Frase:
Deixem passar o liberalismo na Madeira