Governo disposto a assumir 60% do custo com aumento salarial dos bombeiros
Impasse com os municípios já terá sido ultrapassado. As câmaras ficam com 40% dos custos do novo financiamento às Associações Humanitárias
Já há luz verde da parte do Governo Regional quanto à comparticipação dos custos com o aumento salarial dos bombeiros afectos às corporações das Associações Humanitárias.
No rescaldo da reunião entre o Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP/SNBP) e a Secretaria Regional de Saúde e Protecção Civil, que decorreu esta manhã, Pedro Ramos assumiu já estar definido que o Governo vai suportar 60% do custo com os aumentos, enquanto para os municípios ficam os outros 40%. Essa é, pelo menos, a contra-proposta do Executivo madeirense, de que em breve irá dar conta, por via formal, à Associação de Municípios da Região Autónoma da Madeira (AMRAM).
Da parte do sindicato, Pábulo Freitas aponta que as reivindicações dos bombeiros foram atendidas, mostrando-se satisfeito com a valorização salarial que está praticamente definida, plasmada no tão aguardado Estatuto dos Bombeiros.
O coordenador regional da Madeira deste sindicato diz-se "muito contente" com os aumentos previstos na equiparação dos bombeiros profissionalizados que integram as corporações voluntárias a sapadores, situação que, em primeira instância, representa a "melhoria do socorro na Região".
Os bombeiros profissionais das Associações nunca poderão ser sapadores, como é óbvio, pois são estruturas completamente diferentes, mas a nível de salário vão ficar iguais. Há casos até em que de ordenado base vão receber mais do que os bombeiros sapadores. É uma valorização muito grande e único no País. Pábulo Freitas, coordenador regional da Madeira do Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais e da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais
Aos jornalistas, veiculou que a proposta entrará em vigo no início de 2024, algo que já havia sido reforçado pelo secretário regional de Saúde e Protecção Civil no início desta semana, na Ribeira Brava.
Pedro Ramos volta a garantir estatuto do bombeiro este ano para vigorar a partir de 2024
Na cerimónia desta tarde, na Ribeira Brava, o secretário regional da Saúde e Protecção Civil não apontou valores mas reafirmou que a maior fatia do financiamento das Associações Humanitárias caberá ao Governo Regional, ainda que as Câmaras vejam aumentada a sua contribuição
Pábulo Freitas concretiza que, nos salários mais baixos, os aumentos vão chegar aos 300 euros mensais.
Sobre o aumento de efctivos em prontidão previsto no novo documento, o dirigente sindical diz que tal vai ser conseguido com o recrutamento de mais bombeiros, ainda que os responsáveis pelas Associações tenham reiterado, por diversas vezes, a dificuldade em atrair novos elementos. "Não podemos ter corporações com efectivos de cinco elementos por noite. é impensável, na era em que vivemos. Essa é, também, uma das preocupações do documento, que é reforçar 24 horas com profissionais", vincou, à saída do encontro que há várias semanas já tinham solicitado à tutela.