CHEGA pronto para “escrever nova página política” na Madeira
No último dia de campanha, as atenções centram-se no Funchal, com arruada, e em Câmara de Lobos, com um jantar comício
Desde a apresentação oficial da candidatura do CHEGA-Madeira às eleições legislativas da Madeira, tendo como cabeça-de-lista Miguel Castro, que o líder nacional do partido também ‘fincou o pé’ na ilha e passou a ser figura assídua nas acções de campanha. Prova da confiança e da importância que André Ventura confere à Região Autónoma da Madeira, conforme disse numa entrevista ao DIÁRIO, dias antes da primeira vinda para apoiar os candidatos do CHEGA-Madeira.
A última sondagem da Aximage para o DIÁRIO e a TSF-Madeira aponta para a eleição de dois deputados a 24 de Setembro. Mas o CHEGA pede mais ao eleitorado.
“São realmente eleições muito importantes para nós”. André Ventura, líder nacional do CHEGA
Mas ainda antes, em período de pré-campanha, muitos se fizeram ouvir e outros chegaram aos tribunais, caso do ADN, para tentar inviabilizar a candidatura, que, garantia Miguel Castro, ia ganhando terreno e reunindo a aceitação do eleitorado madeirense e porto-santense. E talvez por isso fosse incómoda.
TC considera que recursos contra Chega extravasam processo eleitoral
O Tribunal Constitucional considerou que as reclamações apresentadas para inviabilizar a candidatura do Chega às eleições na Madeira envolvem matéria que "extravasa o processo eleitoral" e concluiu ainda pela falta legitimidade de um dos recorrentes.
“Da nossa parte, sempre sentimos que as questões levantadas nunca estiveram relacionadas com a candidatura, em si, mas sim com uma obsessão doentia que certos indivíduos, perfeitamente identificados, têm quanto ao nosso partido, pois receiam a nossa afirmação, o nosso crescimento, o apelo da nossa mensagem política e a nossa determinação em acabar com os esquemas, o compadrio, o amiguismo e os jogos de influência que têm dominado tanto da política no país e na Madeira. Como é agora claro, essas pessoas terão de digerir melhor as suas frustrações, pois não vingaram no seu plano covarde de nos derrotar na secretaria e vão ter mesmo que medir forças connosco, ouvindo o que os eleitores terão a lhes dizer do comportamento indigno que têm vindo a promover na praça pública, nas redes sociais e nos tribunais.” Miguel Castro, 4 Setembro 2023
A Ilha Dourada também não ficou esquecida, tendo mesmo direito a uma das primeiras passagens dos candidatos do CHEGA às Regionais 2023, para conhecerem e darem a conhecer os problemas que afectam o Porto Santo.
Pelo meio, ainda pareceu haver um ‘certo entendimento’ com o PSD, mas logo a ‘amizade’ foi posta de lado. Ventura e Castro vieram a palco esclarecer que querem é ser “oposição” e que não estão para os “conluios” da geringonça PSD/CDS. Quem também se pôs logo de parte foi o líder do PSD, Miguel Albuquerque, garantindo que quem não queria acordos era ele.
"Quem rejeita acordos sou eu", afirma Albuquerque
Líder do Governo Regional afirma que a Madeira precisa de estabilidade governativa
Mas mesmo assim, nem o líder nacional do PSD, Luís Montenegro, nem o líder nacional do CDS, Nuno Melo, que também foram caras presentes nesta campanha eleitoral, quiseram traçar as famosas ‘linhas vermelhas’, que tanta tinta fizeram correr nos jornais. Fora de parte, desde sempre ficou qualquer tipo de coligação com o PS. De parte das equações de Ventura porque, por cá, Miguel Castro ainda não quis ‘romper’ entendimentos com nenhuma força política.
"Vamos acabar com quem se julga dono da Madeira", garante o CHEGA
O CHEGA-Madeira dividiu o seu dia de campanha entre visitas a instituições, reuniões com representantes de classes profissionais e acções de proximidade com a população. Assim, na parte da manhã, membros da candidatura daquele partido reuniram com a Ordem dos Economistas, na qual discutiram temas como as assimetrias económicas que estão a assolar a Região, o agravamento da pobreza e a criação de um sistema fiscal próprio para a Madeira e o Porto Santo.
O orçamento de campanha do Chega para as eleições legislativas regionais, conforme informação divulgada pela Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (ECFP), anda em torno dos 50 mil euros. Deles resultaram os cartazes que também foram sendo colocados por toda a ilha, com destaque para as mensagens que visam “acabar com a corrupção” na Madeira e um outro no qual se afirmam como o único partido que votou contra a legalização da ‘Lei da Droga’.