A Comissão Mista da TSF declarou hoje, num comunicado, que registou a abertura manifestada pelos novos elementos da administração da rádio para realizar um diálogo social com os trabalhadores, um dia após uma paralisação de 24 horas.

De acordo com o documento, a reunião foi realizada pedido da nova administração da Global Media Group (GMG), grupo em que está incluída a TSF - Rádio Notícias, na qual estiveram presentes administradores e elementos da Comissão Mista da TSF.

"A Comissão Mista regista a abertura manifestada pelos novos elementos da Administração para encetar diálogo social com os trabalhadores da TSF, tendo em vista a aplicação, o mais breve possível, da proposta de ajustes salariais que o plenário da TSF 'não rejeitou', em junho", referiu a nota.

Segundo o documento, "apesar deste processo ter sido iniciado, em fevereiro, ainda com a anterior composição do Conselho de Administração (CA), os novos elementos afirmaram desconhecer o teor das propostas então feitas".

"Questionados sobre a falta de resposta aos sindicatos, após a comunicação à administração desta "não rejeição" por parte dos trabalhadores da TSF, os novos administradores afirmaram que pretendem inteirar-se, ainda hoje, junto do Diretor de Recursos Humanos, que representou a administração em todo o processo, manifestando a intenção de analisar a proposta e responder o mais breve possível", referiu o comunicado.

Os novos elementos do CA manifestaram, segundo a nota da Comissão Mista, "a intenção de acompanhar de perto a gestão da GMG, tendo para tal sido distribuídos pelouros pelos administradores presentes na reunião. Foi afirmado que se pretende corrigir o défice, procurando novas receitas e melhorando a gestão".

O documento expõe que os elementos da Comissão Mista insistiram na necessidade de um "sinal claro" aos trabalhadores que, "ao longo das últimas décadas, já ouviram muitas promessas de investimento na TSF, em meios técnicos e humanos, sem a devida concretização e sublinharam a importância desse 'sinal' com o propósito de evitar novas formas de luta".

De acordo com o comunicado, foi citada ainda "a crónica desigualdade de circunstâncias entre a TSF e outros OCS's do grupo, destacando que não pode servir de argumento para a falta de ajustes salariais aos trabalhadores da TSF, a falta de anuência por parte dos outros órgãos".

Na resposta, o administrador Paulo Lima de Carvalho reconheceu que, se existe uma "desigualdade de base," isso terá de ser tido em conta.

A Comissão Mista vincou "a importância de voltar a envolver os sindicatos em futuras negociações, sublinhando que foi a Administração quem abriu a porta à intervenção sindical, no processo atualmente parado".

A Comissão reiterou ainda que "não existem salários em atraso na TSF, algo que, de resto, sempre foi afirmado pelos trabalhadores da rádio, nomeadamente em contactos com órgãos de comunicação social presentes na concentração da passada quarta-feira, à porta da empresa".

"A Administração reafirmou, como já tinha feito em comunicado à imprensa, que os pagamentos foram feitos dentro dos prazos e seguindo mesmos procedimentos, adiantando que eventuais atrasos na entrada das verbas nas contas se devem a operações interbancárias", lê-se no documento.

Esta reunião acontece um dia após os trabalhadores terem estado em greve, a primeira paralisação em 35 anos desde que a TSF foi criada, e depois da saída de Domingos Andrade do Conselho de Administração da GMG e da liderança da rádio.

A até agora diretora do Diário de Notícias (DN), Rosália Amorim, foi nomeada hoje pelo Conselho de Administração da GMG para diretora de informação da rádio TSF. Artur Cassiano será o novo subdiretor de informação.

Em 08 de setembro, o jornalista Rui Gomes foi nomeado o novo diretor-geral da TSF - Rádio Notícias, depois da saída de Domingos de Andrade de diretor editorial da rádio.