O PTP alertou hoje para a inexistência de um serviço de psiquiatria no sistema regional de saúde da Madeira, considerando que muitos problemas relacionados com os sem-abrigo e o consumo de drogas poderiam ser "amenizados, evitados", se existissem respostas.

"Com este problema de droga gravíssimo que temos, com o consumo de drogas sintéticas, com os sem-abrigo, com a falta de infraestruturas, equipamentos e profissionais de saúde, como é que é possível que o nosso serviço regional de saúde ainda não tenha um serviço de psiquiatria, que o tenha de concessionar?", questionou Raquel Coelho, número dois da lista do PTP (Partido Trabalhista Português) às eleições legislativas da Madeira.

No penúltimo dia de campanha para as eleições de domingo, o PTP esteve hoje na Casa de Saúde São João de Deus, no Funchal, uma infraestrutura que dá resposta aos internamentos para doenças do foro mental, alcoolismo e drogas.

Salientando que os problemas dos "sem-abrigo, do aumento do tráfico de droga e da insegurança" na Madeira têm responsáveis, a candidata do PTP considerou que estes "quadros podiam ser amenizados, evitados, se houvesse um acesso a cuidados de saúde mental a nível local, a nível dos centros de saúde".

"Este período de festa permanente vai acabar agora no dia das eleições e vamos ter quatro anos pela frente, que serão muito duros", notou, acusando o Governo Regional de maioria PSD/CDS-PP de estar "muito focado no imediatismo, nas questões que não são estruturantes".

Os atuais governantes da Madeira, disse, "querem é fazer os seus negócios, querem garantir as rendas milionários dos empresários afetos ao Governo Regional [de maioria PSD/CDS-PP], que sobrevivem à custa do Governo Regional, e depois estas questões da saúde ficam por resolver".

Em 2011, o PTP chegou a alcançar três mandatos na Assembleia Legislativa da Madeira e, em 2015, integrou a coligação Mudança (PS/PTP/PAN/MPT), que se desintegrou após o ato eleitoral e ficou representado por um deputado.

Já em 2019 não conseguiu eleger qualquer representante.

Nas eleições que decorrem no domingo, a lista do PTP é encabeçada pelo empresário José Quintino Mendes Costa, ex-militante do PCP e eleito presidente do Partido Trabalhista Português na Madeira em 2019.

Embora admita algumas dificuldades, o PTP pretende nestas eleições "regressar ao parlamento para estar ligado à população da Madeira e à autonomia", diz Quintino Costa.

Às legislativas da Madeira de domingo concorrem 13 candidaturas, que disputam os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único.

PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL são as forças políticas que se apresentam a votos.

Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados).