Greenpeace congratula Brasil por "não violar mais o Acordo de Paris" mas pede mais
A organização não-governamental Greenpeace congratulou hoje o Governo brasileiro pelas ações contra a desflorestação e por não violar mais o Acordo de Paris", mas pediu "medidas concretas e metas mais claras".
A ministra do Ambiente do Brasil, Marina Silva, anunciou hoje que o país vai rever o compromisso climático com as emissões que havia sido reduzido no Governo do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
A nova meta, anunciada durante encontro sobre o clima realizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova Iorque, restabelece o objetivo de redução das emissões de gases com efeito e aumenta os objetivos de redução para 2025, de 37% para 48%, e para 2030, de 50% para 53%.
Em comunicado, o Greenpeace viu esta decisão "como um passo encorajador para a reconstrução da governança ambiental do Brasil e para o avanço da agenda climática".
"O Brasil tem o potencial de ser o primeiro país de alta emissão a ser negativo em carbono até 2045. Atualmente, o país é o sétimo maior emissor de gases com efeito de estufa a nível mundial, sendo a maior parte das suas emissões proveniente da desflorestação", frisou o diretor Executivo do Greenpeace Internacional, Mads Christensen.
Números divulgados pelo Governo brasileiro do início do mês mostram que a desflorestação na Amazónia caiu 66,3% em comparação com o período homólogo do ano passado.
"A notável redução das taxas de desflorestação na Amazónia brasileira durante os primeiros oito meses de 2023, em comparação com o mesmo período do ano passado, oferece a esperança de que esforços eficazes contra a degradação florestal possam contribuir para alcançar o objetivo recentemente anunciado de reduzir as emissões em 53% até 2030", disse o Greenpeace.
No entanto, a ONG avisou que "são necessárias medidas concretas e objetivos claros que vão além da eliminação do desmatamento".
A título de exemplo, a diretora Executiva do Greenpeace Brasil, recordou a possibilidade de exploração de petróleo perto do rio amazonas que o Governo de Lula da Silva está a estudar.
"Um compromisso genuíno para combater a crise climática não pode coexistir com políticas que incentivam novas explorações de petróleo, especialmente em áreas ambientalmente sensíveis como a foz do rio Amazonas", disse Carolina Pasquali.