Suécia reduz esforço contra emissões em nome da luta contra a inflação
O governo sueco vai reduzir os seus esforços contra as emissões de gases com efeito de estufa, em nome da luta contra a inflação, o que levantou dúvidas sobre o objetivo de neutralidade carbónica a atingir pelo país até 2045.
O governo de direita, apoiado pela organização de extrema-direita chamada Democratas da Suécia, anunciou hoje que aquelas emissões iam aumentar até 2030, em particular devido à redução da fiscalidade sobre os combustíveis.
"Depois das decisões tomadas entre 01 de julho de 2022 e 01 de julho de 2023, as emissões devem aumentar entre 5,9 milhões e 9,8 milhões de toneladas equivalente de dióxido de carbono (MtCO2) até 2030, e diminuir depois 1,8 milhões de toneladas até 2045", segundo o projeto de orçamento.
O governo reconhece que este recuo das metas ambientais é devido principalmente ao setor dos transportes, cujas emissões devem aumentar de 3,6 a 6,5 MtCO2 até 2030.
"As políticas adotadas não vão permitir atingir o objetivo fiado para o setor dos transportes", admitiu-se no texto.
Em particular, a baixa da fiscalidade sobre os combustíveis "contribui para um aumento do seu consumo, um aumento do tráfego e o atraso da eletrificação" do parque automóvel.
"Vai ser mais barato atestar o depósito", afirmou Oscar Sjöstedt, deputado da extrema-direita.
Considerado um bom aluno no que respeita à luta contra as alterações climáticas, a Suécia tinha-se fixado como objetivo atingir a neutralidade carbónica em 2045, mais cedo do que o prazo estabelecido pela União Europeia, que é de 2050.