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Regionais 2023 Madeira

PTP diz que "não é saudável" ter o mesmo partido 50 anos no poder

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A candidatura do Partido Trabalhista Português (PTP) às regionais da Madeira apelou hoje à população para que não vote novamente no PSD, argumentando que "não é saudável nem normal em democracia" ter o mesmo partido 50 anos no poder.

"Nós não queremos nem podemos acreditar e aceitar que vamos ter o mesmo partido no poder vai fazer 50 anos. Se o PSD ganhar estas eleições, vão ser 50 anos seguidos do mesmo partido no poder. Isto não é saudável nem normal em democracia. Na Europa civilizada já não acontece esta longevidade do mesmo partido", afirmou a candidata do PTP Raquel Coelho, em declarações à agência Lusa.

O PTP esteve hoje em frente à Quinta Vigia, a residência oficial do presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, no Funchal, para alertar a população que esta realidade "só tem paralelo em África, com Angola que tem o MPLA há mais de 40 anos no poder e o povo vive na pobreza extrema", ou em países com "ditaduras ferozes, como é o caso da China, da Rússia e da Coreia do Norte".

"E eu não sei se nós queremos seguir estes mesmos passos destes regimes, porque de facto o povo da Madeira e do Porto Santo tem de refletir se quer continuar a seguir o legado e a máxima que o Salazar nos deixou", acrescentou Raquel Coelho, que é a número dois da lista do PTP às eleições legislativas da Madeira.

A candidata disse não acreditar, tendo em conta o que ouve nas ruas, que a população madeirense e porto-santense esteja satisfeita com o atual Governo Regional, sugerindo que se os sociais-democratas continuam a ganhar eleições "é porque as pessoas votam coagidas e não existem eleições livres".

"Afinal, é sinal que a nossa democracia está doente, é sinal que a nossa democracia está viciada. As eleições não são livres e nós temos que repensar como é que queremos ser conhecidos na Europa e no mundo", reforçou.

As legislativas da Madeira decorrem no domingo com 13 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único.

PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL são as forças políticas que se apresentam a votos.

Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados).

Em 2011, o PTP chegou a alcançar três mandatos na Assembleia Legislativa da Madeira e em 2015 integrou a coligação Mudança (PS/PTP/PAN/MPT), que se desintegrou após o ato eleitoral, e ficou representado por um deputado.

Já em 2019 não conseguiu eleger qualquer representante.