Albuquerque desafia jovens a aproveitarem a tecnologia sem perderem o relacionamento humano
O presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, aproveitou a sessão de encerramento do II Encontro de Universitários Madeirenses, que decorreu esta tarde no Funchal, para abordar “o mundo totalmente diferente” que vai resultar do actual desenvolvimento tecnológico exponencial, com benefícios em termos de serviços ao dispor da população e da preservação do ambiente, mas que também representa desafios ao nível da manutenção do relacionamento humano.
Segundo o governante, os jovens “vão enfrentar um mundo totalmente diferente”, no qual a tecnologia vai condicionar as suas vidas. “Com as novas descobertas que estão a ser feitas com a Inteligência Artificial (IA), nós vamos ter uma capacidade de ampliar a inteligência humana milhões de vezes. É algo que é inevitável. Este mundo vai alterar a forma como vocês vão viver, trabalhar, como se vão relacionar”, declarou perante os participantes na iniciativa que decorreu na Pousada da Juventude. Albuquerque apresentou alguns dos benefícios desta revolução. “Hoje já temos aparelhos de Inteligência Artificial no Hospital. Monitores que indicam ao chefe da unidade de cuidados intensivos o que é que o doente precisa (mais oxigénio, mais fluxo sanguíneo). Vamos ter na IA uma amplificação fundamental da inteligência humana no sentido de encontrar curas para mais doenças (cancro), utilização da robótica e dos sensores para suprir a falência dos órgãos humanos. Isso vai trazer grandes benefícios no combate à dor e no prolongamento da esperança média de vida”, avançou o mesmo político.
Albuquerque falou ainda das vantagens para a preservação ambiental. Como a tecnologia se baseia na desmaterialização, permite reduzir o consumo de recursos do planeta. Por exemplo, um telemóvel moderno consegue substituir jornais, livros, mapas, álbuns de fotografia, telefones, gira-discos, gravador, máquina de filmar, despertador e lâmpadas. Permite ainda trabalhar no local onde se reside, evitando deslocações.
No entanto, o presidente do executivo assumiu que esta revolução digital comporta riscos, como a difusão de movimentos populistas e a perda de capacidade de relacionamento humano. Os “grandes desafios” que se colocam às novas gerações serão “a capacidade de compreender um mundo onde as narrativas são muito mais amplas e difusas e aparecem em todo o sítio e a capacidade de manter a sua Humanidade, o seu relacionamento com o outro, porque isso é a base do progresso e da nossa espécie”.