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Regionais 2023 Madeira

Candidatura da Iniciativa Liberal afirma-se como a "mais coerente"

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Foto Arquivo

O cabeça de lista da Iniciativa Liberal às legislativas da Madeira, Nuno Morna, disse hoje que a sua candidatura é a "mais coerente" e realçou as contradições da coligação PSD/CDS-PP, do PS e do Chega.

"Vemos todos, praticamente com uma recorrência muito frequente, dizerem tudo e o seu contrário nas outras candidaturas", disse, assegurando que "os mais coerentes no meio desta campanha" são os candidatos da IL.

Nuno Morna falava junto à antiga Biofábrica das Moscas, no concelho de Santa Cruz, zona leste da Madeira, no âmbito da campanha para as legislativas de domingo.

O cabeça de lista, também líder da IL na Madeira, acusou a candidatura do PS de "hesitar muito" sobre a carga fiscal, uma vez que na região defende a baixa dos impostos, quando ao nível nacional se prepara para alterar a lei e cobrar IRS "a toda a gente, mesmo aqueles que não recebem".

Já o PSD, partido que governa o arquipélago em coligação com o CDS-PP, recusa-se a baixar os impostos na região, mas ao nível nacional apresenta propostas nesse sentido, disse, para logo criticar também o Chega, que apresentou uma moção de censura ao Governo socialista de António Costa, mas na Madeira "admite a possibilidade de fazer coligações ou acordos com o Partido Socialista".

"No meio disto tudo, os únicos coerentes somos nós, porque nós somos um partido de ideias, um partido de coisas bem concretas que pretendemos fazer e facultar aos madeirenses e, como tal, dizemos sempre a mesma coisa, nas eleições da Madeira, como dissemos há três anos nas eleições dos Açores e vamos continuar a dizer para o ano", declarou.

Nuno Morna, que é ator e produtor teatral, também técnico de aeronáutica da NAV - Navegação Aérea, disse que "os madeirenses vão reconhecer coerência" da IL, vincando que, na Madeira, o que está a funcionar é "uma substituição do 'centrão' dos interesses pelo 'centrão' das contradições".

Em relação à Biofábrica das Moscas, atualmente desativada, o cabeça de lista da IL disse ser um dos vários exemplos das "obras inúteis" e das "coisas que não são precisas para nada" executadas pelos governos do PSD.

O projeto, considerado pioneiro, visava a criação de moscas estéreis para utilizar no combate às pragas de mosca da fruta na Madeira e funcionou entre 1995 e 2011, ano em que o Governo Regional, então liderado por Alberto João Jardim, desativou a unidade.

"Há uma multitude enorme de obras que são perfeitamente desnecessárias, que tiveram única e exclusivamente como fim encher os olhos às pessoas, pensando que estavam a fazer qualquer coisa de inovador e de altamente revolucionário e que acabaram depois por ser coisas que não funcionam", disse Nuno Morna.

As legislativas da Madeira decorrem domingo com 13 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único.

PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL são as forças políticas que se apresentam a votos.

Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.

A IL concorreu pela primeira vez às eleições regionais em 2019, sem conseguir qualquer mandato. Agora, tem como meta eleger pelo menos um deputado no arquipélago.