Visita ao Centro de Saúde das Achadas deu ‘azia’
A visita à conclusão das obras de requalificação do Centro de Saúde e Junta de Freguesia das Achadas da Cruz teve discursos ‘rasgadinhos’, apartes controversos e uma foto de família a ser preenchida apenas por médicos, governantes e gente ligada ao PSD-M. Do outro lado da rua ficaram os autarcas do PS.
O ambiente mais crispado começou quando o presidente da Câmara Municipal do Porto Moniz lamentou que o secretário regional da Saúde não tivesse dado a palavra ao presidente da Junta do PS, a exemplo do que aconteceu na visita à unidade do Seixal até porque antes falaram seis figuras, incluindo Valter Correia na condição de deputado do PSD-M.
Feito o reparo, o edil voltou a insistir na reabertura do serviço de urgências 24 horas no Centro de Saúde do Porto Moniz e ainda que o serviço de saúde oral, cuja “cadeira” foi oferecida pelo município, fosse retomado, embora no dia de hoje fossem atendidas 12 utentes.
Ora as palavras do autarca não terão caído bem ao governante que comparou o actual sistema de saúde nacional com o “caos” que assiste no território continental com o cenário regional que, sublinhou, não só presta cuidados em áreas essenciais a utentes dos Açores como ainda “é o próprio país que nos pede ajuda”, reagiu, entendendo-se como uma ‘farpa’ ao governo de António Costa mas também à governação socialista, partido de Emanuel Câmara.
Continuando: “Temos de três vagas numa especialidade, pedem-nos para abrir oito (…); O dr. Júlio pediu para abrir uma vaga nos Cuidados Intensivos, pediram para abrir três; Pedimos para abrir 13 vagas de cuidados de saúde primários, o serviço nacional pediu para abrir 16”, descreveu qual tem sido as recomendações de Lisboa que para si não são mais do que o reconhecimento e confiança no método de ensino na Região, expressou.
Perante alguns dados esmiuçados por Pedro Ramos o governante considera que tem de existir “algum rigor e responsabilidade quando abrimos a boca e, se é para abrir a boca para dizer asneiras, então mais vale não abrir”, uma declaração entendida no local como sendo uma resposta directa ao edil que estranhara a cor da pintura das portas do centro ser em tons laranja ao contrário dos tons cinza e branco do andar superior da Junta que ainda não tinha mobiliário por ainda a autarquia não ter tido disponibilidade para o fazer.
Antes falou do trabalho efectuado pelos técnicos de informática que num mês conseguiram resolver o ataque informático apesar das críticas que foram alvo, portanto, clarificou, ser de bom tom colocar “os pontos nos ‘ís’” da mesma forma que “é bom que as pessoas opinem quando tem conhecimento, não façam discursos ultracrepidários, ou seja que opinam que nada sabem”.
O azedume ganhou contornos mais crispados quando, no final, na tradicional foto de família, os três presidentes (Junta, Câmara e Assembleia Municipal) recusaram-se a ficar no registo.