Para Miguel Albuquerque não é preocupante e até deve ser encarado como “normal” que o PSD ter perdido nas últimas cinco eleições Regionais, desde 2007, mais de 40 mil votos. “O que é preocupante é a gente (coligação Somos Madeira) não ganhar as eleições”, disse hoje, à margem da inauguração do Centro de Processamento de Banana, em São Martinho, Funchal.

Perante um batalhão de jornalistas, respondeu às muitas perguntas sobre a campanha e as eleições do próximo domingo.

“Se ganharmos as eleições, como espero ganhar, é resultado do bom trabalho e que fizemos essa inversão (renovação) ”, sustentou o também presidente do Governo Regional.

Confiante numa maioria absoluta, assegurou que está preparado para continuar a governar, mas não foi esclarecedor se o fará caso não obtenha maioria absoluta, tal como aconteceu há quatro anos.

“Sei governar quando tiver condições para governar”. Agora “’jogar a meio campo’, não contem comigo”, disse, para logo concretizar que “um acto de governo é executar um programa, não é entreter. Governar é mudar, transformar, desenvolver. Isso é que é governar. Agora estar a ‘jogar para o lado’ para estar no poder, não contem comigo”, afirmou.

Já quando confrontado sobre eventual cenário de coligação com o Chega, denunciou a “armadilha” do PS, partido que esteve no poder à custa de geringonça e agora vem colocar ‘linhas vermelhas’ “para ‘rasteirar’ o centro-direita”.

Sobre as queixas de outras candidaturas que acusam Albuquerque de fazer campanha na função de presidente do Governo Regional, desvalorizou. “Não estou a fazer campanha. Não apelo ao voto”, começou por dizer. Já quando questionado se oferecer ‘comes e bebes’ não é uma forma de ‘comprar votos’, retorquiu: “Não ofereço nada. Não sou eu que estou a oferecer. Fui convidado por esta empresa pública a vir aqui à abertura deste Centro, que era um compromisso meu”. Até o facto de a inauguração ter sido celebrada com espetada ‘à descrição’, mereceu o elogio de Albuquerque. “Ainda bem. A espetada é também uma forma de convívio entre os produtores. Portanto, não vejo que haja nenhum problema”, afirmou.

Por último reiterou que a CNE ‘aprova’ a presença do Governo Regional em actos públicos, mesmo neste período de campanha. “A CNE diz que nada impede o governo de mostrar e visitar aquilo que é o resultado do seu trabalho, sem o apelo ao voto”, reafirmou.