IL diz que propostas de outros partidos serão analisadas "caso a caso"
O cabeça de lista da Iniciativa Liberal (IL) às eleições da Madeira, Nuno Morna, assegurou hoje que não equaciona "qualquer tipo de entendimento" pós eleitoral com outras forças políticas e que todas as propostas serão analisadas "caso a caso".
"Tudo aquilo que nos cheire a socialismo não vamos apoiar, venha ele deste PSD ou do Partido Socialista", afirmou Nuno Morna, em declarações aos jornalistas à margem de uma ação de campanha para as legislativas da Madeira, à porta do Hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal.
Por isso, acrescentou, tal como já anunciou o líder do partido, a IL não equaciona qualquer tipo de entendimento, a não ser que sejam apresentadas "boas propostas", que tenham que ver com a maneira de pensar dos liberais, nomeadamente relacionadas com "a liberdade, com a baixa de impostos, com a capacitação das pessoas de terem mais riqueza no final do mês".
"Sempre caso a caso, ponto a ponto", disse.
Questionado sobre a experiência que existiu nos Açores, onde a IL chegou a assinar um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas para apoio ao Governo Regional de coligação, que junta PSD, CDS-PP e o PPM, Nuno Morna gracejou que se tivesse sido "boa não tinha acabado".
"Foi uma experiência", argumentou o cabeça de lista da IL às regionais de domingo, que tinha ao seu lado o líder do partido nos Açores, Nuno Barata, que é também deputado regional naquela região autónoma.
Também presente na ação de campanha, o líder nacional da IL, Rui Rocha, repetiu a recusa já transmitida no domingo em fazer qualquer tipo de entendimento com o PS ou com outras forças políticas.
"A Iniciativa Liberal não fará nenhum tipo de entendimento prévio, nem posterior, com qualquer partido representado neste momento na Assembleia Regional", garantiu.
Tal como Nuno Morna, o presidente da IL referiu que, de qualquer forma, o partido analisará "o valor de cada proposta independentemente de onde ela vier" e viabilizará com os votos que tiver na Assembleia Legislativa Regional da Madeira as que considerar vantajosas para os madeirenses.
Entre as quais, acrescentou, propostas que sejam no sentido de "mais transparência".
A propósito de transparência, Rui Rocha referiu o que se passou com a ação de campanha da IL no Hospital Dr. Nélio Mendonça, adiantando que o partido pediu há dois meses uma reunião à administração, mas até hoje não obteve qualquer resposta.
Sem reunião, a comitiva da IL apenas esteve alguns momentos junto à entrada do hospital, distribuindo pequenos panfletos e lápis, mas a pressa com que as pessoas passavam pelo local dificultou os momentos de interação, que quase sempre se resumiam a um "obrigado".
A IL, que se apresenta a votos pela segunda vez nas legislativas da Madeira, tem como meta eleger um grupo parlamentar e estabeleceu como "serviços mínimos" a eleição de pelo menos um deputado.
Às legislativas da Madeira concorrem 13 candidaturas, que vão disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único.
PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL são as forças políticas que se apresentam a votos.
Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.