Chega diz que maioria absoluta do PSD/CDS será derrota para a Madeira
O líder do Chega, André Ventura, disse hoje que caso a coligação PSD/CDS-PP vença com maioria absoluta as legislativas da Madeira, agendadas para 24 de setembro, "os primeiros derrotados serão os madeirenses e os porto-santenses".
"Depois de anos de clientelismo social-democrata na região, manter uma maioria absoluta é dar o sinal de que as pessoas estão de acordo com isto", disse, para logo acrescentar: "Não me choca admitir que para mim, para o Chega/Madeira, se o PSD tivesse maioria absoluta, para nós já seria uma derrota."
André Ventura falava numa ação de campanha da candidatura do Chega, encabeçada por Miguel Castro, no Funchal, que consistiu na instalação de um 'outdoor' numa rotunda, na freguesia de São Martinho, com a indicação de este ter sido "o único partido contra a legalização das drogas". "Se o Chega não elegesse ninguém para o parlamento era uma derrota enorme e teria que haver consequências políticas, e eu seria o primeiro a assumir", declarou o líder nacional, sublinhando, no entanto, ter toda a confiança em que "isso não vai acontecer".
André Ventura espera que o eleitorado madeirense retire a maioria absoluta à coligação PSD/CDS-PP - que governa a região e cuja lista é encabeçada pelo social-democrata Miguel Albuquerque, candidato a um terceiro mandato -, mas também que dê um sinal no mesmo sentido ao PS, o maior partido da oposição regional, reduzindo-o "a uma espécie de insignificância política". "Nós somos oposição e queremos liderar essa oposição", reforçou, esclarecendo, no entanto, que uma "solução parlamentar" de apoio ao executivo, como a definida para Açores, "não voltará a acontecer".
Ventura considerou, por outro lado, que Miguel Albuquerque "já percebeu que o Chega vai ter uma grande votação e que isso pode complicar a maioria absoluta", pelo que anunciou que se demitirá caso não consiga formar governo. "Eu ouvi o Dr. Miguel Albuquerque dizer que se não tiver maioria se vai embora e agora anda todos os dias a arranjar pretextos, a ver se já não vai [...]. Vamos chegar ao fim da campanha - oiçam isto - com o Dr. Miguel Albuquerque a dizer que se vai coligar com o PS, para evitar que o Chega faça este caminho", comentou.
No seu entender, se o social-democrata tiver "dignidade e decência", deve ir embora caso não tenha maioria absoluta, tendo em contas as declarações que fez.
Em relação ao 'outdoor' com a indicação de que o Chega é "o único partido contra a legalização das drogas", André Ventura disse que a nova lei sobre o tema, elaborada com base em propostas do PS e do PSD, vai agravar a situação da toxicodependência. "A Região Autónoma da Madeira é a zona mais afetada pelo tráfico e pelo consumo das novas drogas sintéticas e era importante que muitos dos partidos que no continente e no parlamento defendem a saúde pública, a lei e a ordem dissessem o mesmo aqui na Madeira", alertou.
Também neste caso o líder do Chega referiu o presidente do Governo Regional para lembrar que, apesar de Albuquerque ter criticado a lei, o PSD optou pela abstenção da Assembleia da República". Já o seu partido, acrescentou, solicitou a todos os partidos no parlamento nacional que peçam a fiscalização sucessiva do diploma ao Tribunal Constitucional.