IL no mercado do Santo da Serra numa campanha que "não é morna"
Numa campanha para as eleições regionais que "não é morna", mas "muito quente", a Iniciativa Liberal começou hoje o dia no mercado do Santo da Serra, ensaiando um novo refrão para o "Bailinho da Madeira" entre goles de poncha.
"Vai ser uma semana em força. Contrariamente ao que algumas pessoas dizem, esta campanha está muito, muito longe de ser morna. A nossa campanha não é morna, é quente, muito quente", disse o cabeça de lista da Iniciativa Liberal (IL), Nuno Morna, à chegada ao mercado do Santo da Serra, na fronteira entre os concelhos de Santa Cruz e de Machico.
A uma semana das eleições regionais, marcadas para o próximo domingo, e dias depois de ter passado pelo Mercado dos Lavradores, Nuno Morna - novamente com o líder da IL, Rui Rocha, ao lado - voltou esta manhã a passear entre bancas de legumes e frutas, numa ação de campanha bastante mais ruidosa e animada do que tinha acontecido no Funchal.
Recebidos ao som de um acordeão, Nuno Morna e Rui Rocha começaram por ensaiar um novo refrão para o tradicional "Bailinho da Madeira".
"Deixa passar o liberalismo na Madeira, as pessoas merecem ter um salário à maneira", cantaram, acompanhados pelo anterior líder dos liberais, o deputado João Cotrim Figueiredo, e pela deputada Carla Rocha, entre outros elementos da comitiva da IL.
Do "Bailinho da Madeira" a comitiva passou para uma das bancas de poncha do mercado, que acompanharam com tremoços, amendoins e linguiça assada.
Pelo mercado já se viam vários sacos de pano brancos, com a inscrição do partido a azul, distribuídos ainda antes de o candidato da IL ter chegado, num momento que provocou um pequeno ajuntamento com pedidos de "mais um saquinho", uma caneta ou um chapéu de palha.
Das ponchas Rui Rocha seguiu para os bolos caseiros. Depois de já ali ter estado em julho, desta vez o líder da IL foi aconselhado a levar para casa um bolo de chocolate e queijo Philadelphia. Como oferta levou ainda para experimentar uma generosa fatia de bolo mármore. Cotrim de Figueiredo preferiu os rebuçados de 'tutti-fruti'.
Ao mesmo tempo, Nuno Morna, que é cliente habitual do mercado, cumprimentava vendedores de fruta e legumes, por entre muitos cachos de bananas da Madeira empilhados.
Já à saída do mercado, a comitiva parou novamente para os últimos cumprimentos junto a um carro com o porta-bagagens aberto e duas gaiolas com galos e galinhas vivos.
Ao outro lado da estrada chegavam, entretanto, quatro apoiantes do PAN (Pessoas-Animais-Natureza), identificados por três bandeiras.
Menos de uma hora depois, foi a vez de alguns militantes do PSD aparecerem, também com algumas bandeiras, além das habituais t-shirts cor de laranja.
Nuno Morna é ator, produtor teatral e técnico de aeronáutica da NAV - Navegação Aérea. Com 61 anos, é coordenador do núcleo da Madeira da IL e foi um dos fundadores do partido. Nas regionais de 2019, já foi o cabeça de lista, sem conseguir o mandato, e surgiu em terceiro ligar na lista nacional do partido nas europeias desse ano. Foi também candidato à Câmara Municipal de Santa Cruz em 2021.
A IL, que se apresenta a votos pela segunda vez nas legislativas da Madeira, tem como meta eleger um grupo parlamentar e estabeleceu como "serviços mínimos" a eleição de pelo menos um deputado.
Às legislativas madeirenses concorrem 13 candidaturas, que vão disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL.
Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.