Lula da Silva volta a rejeitar embargo imposto pelos EUA a Cuba
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, voltou ontem a criticar, em Havana, o embargo imposto pelos Estados Unidos a Cuba e a inclusão da ilha na lista norte-americana de países que patrocinam o terrorismo.
"Cuba tem defendido uma governança global mais justa. Até hoje é vítima de um embargo económico ilegal. O Brasil é contra qualquer medida coerciva unilateral. Rejeitamos a inclusão de Cuba na lista de Estados patrocinadores do terrorismo", afirmou o chefe de Estado brasileiro ao jornal 'Folha de São Paulo'.
Para Lula da Silva, estas sanções são "uma forma de asfixia" contra o governo cubano, tendo já defendido, em fevereiro, perante o presidente dos EUA, Joe Biden, que o bloqueio "não faz sentido".
O Brasil acha que as sanções impedem Cuba de pagar a dívida que tem para com Brasília, que ascende a 538 milhões de dólares (cerca de 504 milhões de euros).
Lula foi o primeiro líder a discursar na cimeira do G77+China, que reúne em Havana, capital cubana, os países em desenvolvimento que o Brasil considera fundamentais para a reforma do sistema internacional de governação política e económica.
No seu discurso, Lula levantou outra das bandeiras da sua política externa e disse: "em termos de alterações climáticas, existem responsabilidades diferentes entre os países ricos e os países em desenvolvimento".
"Vamos promover a industrialização sustentável investindo nas energias renováveis, na bioeconomia e na agricultura de baixas emissões", avançou.
"Vamos fazê-lo sem esquecer que não temos a mesma dívida histórica dos países ricos, devido ao aquecimento global. O princípio das responsabilidades comuns mas diferenciadas continua válido", argumentou.
Assim, na COP30, que será realizada em Belém, no Brasil, "será necessário insistir na aplicação dos compromissos que os países desenvolvidos não cumpriram", defendeu o presidente do Brasil.